TEXTO 01
A Inês é morta?
Ramon Campos Mitchell da Silva
Letras Português/Literaturas
1º Período
Turno Noturno Oficina de
Produção de Textos- FEUC
Atordoada
após suas tentativas frustradas de escapar da catacumba em que se encontrava,
Raquel encostou-se na parede, tentando se refazer de seu susto. Talvez fosse o
susto maior que poderia ter sofrido em sua existência, não fosse um dos
gavetões se arrastando de maneira independente. Seus olhos arregalaram, suas
cordas vogais se trancaram, impedindo que pronunciasse qualquer vogal que
fosse.
Era uma moça de aspecto cadavérico, cabelos loiros
empretecidos pelo pó de seu mais novo cômodo. Ela sorriu para Raquel, feliz
pela nova inquilina que chegara.
- Olá, chegou a tempo de ver o pôr do sol- disse a moça,
sorrindo diante de um cenário extremamente mórbido.
- Estou aqui há pouco. A vida até que poderia ser pior. Meu
nome é Inês. Acho que de tanto minha mãe ouvir a expressão, acabou me batizando
assim. E sabe? Nunca fez tanto sentido, visto o novo lar em que me encontro-
disse quase sem respirar Inês, bem-humorada e empolgada com a novidade de ver
uma nova pessoa em sua presença.
- O que você faz aqui?- perguntou Raquel, ainda surpresa em
ver Inês.
- Ouvi um pouco de sua história, passei pelo mesmo. Ricardo
era um homem carinhoso, amável, mas sabia que eu não tinha o mesmo apreço por
ele, não na mesma intensidade- respondeu Inês.
Num instante de silêncio, as duas pareciam refletir sobre o
que viveram. Tentando limpar seus cabelos empoeirados, Inês trata de
tranquilizar Raquel:
- Não é dos piores mundos. Ricardo abre aquela portinhola
esporadicamente, temos a possibilidade de ver um pouco do sol. Não é um hotel
cinco estrelas, mas não é tão mal de se viver aqui. Ele também traz algum
alimento às vezes, o seu senso de humanidade é meio diferente, mas ainda
existe- completa Inês, mostrando a nova rotina à sua companheira de jazigo.
Raquel coça a cabeça, para por um momento, reflete, e tenta
se convencer de sua (suposta) nova rotina. Sorriso amarelado, diz a Inês:
- Que seja! Acho que vamos nos entender bem por aqui.
Sabe lá o que se passava na cabeça de Raquel. Uma aceitação
ao que começaria a viver, um desejo de vingança oculto e nebuloso...
TEXTO 02
"A LUA"
Thaís Lacerda Ferreira
Matrícula: 15010175
Letras
- Português/Inglês
1º Período
Ricardo continuava com uma
expressão fechada, e com um olhar bem distante, como se o seu mundo estivesse
apenas olhando diretamente pra uma direção e sem pensar em nada. Um vislumbre
lhe acendeu, e apagou o cigarro. Seu pensamento ficou completamente voltado
para Raquel e apenas pensando: - "O que eu fiz? Por que eu fiz isso? Será
que foi certo?". Ricardo rapidamente voltou para o cemitério atrás de
Raquel. Assustado, já estava de noite e não ouvia sequer um som, com aquele
imenso silêncio, ele não ouvia Raquel o chamando.
Raquel ainda estava lá,
trêmula, com rosto inchado de tanto chorar e com um olhar de medo e raiva. Ela
levantou e o viu vindo lentamente de longe. Seus lábios tremiam, e naquele
momento não conseguia sequer soltar a sua voz. Ricardo parou em frente à grade
e retirou a chave de seu bolso da calça. De cabeça baixa, ele apenas disse:
- Por favor, não diga nada,
mas primeiramente me ouça e me entenda.
Raquel queria estrangulá-lo
sem pensar, se estivesse fora das grades. Mas ela concordou e estava ali,
pronta pra ouvir qualquer baboseira. Ricardo balançando as chaves, e com a
respiração forte, começou a falar:
- Eu sei que foi uma tolice
minha lhe trazer aqui. Eu sei que você deve estar pensando que eu sou louco. Eu
já te disse que te amei, e que te amo. Mas lhe trazer aqui, e fazer isso tudo,
foi uma prova pra saber como seria a sua reação e seu desempenho em relação a
tudo isso.
Trêmula, Raquel continuava a ouvir. Sem esboçar raiva, ela perguntou:
- Mas pra que isso tudo?
Por que me deixar neste desespero? - Ricardo rapidamente lhe respondeu:
- Pra saber se você realmente dá valor à vida.
Eu vi que você é apenas uma garota disposta a conseguir o que quer com a sua
beleza. Você é linda! Já disse? Mas um cemitério existe almas. Pessoas que
deram valor à vida e que aproveitaram ao máximo, estão debaixo de nós. E o que
seremos futuramente? Iguais a eles. Teremos o mesmo destino sendo rico, pobre,
feio ou bonito.
Ricardo lentamente abriu a grade e puxou Raquel dali e ela ainda sem
esboçar reação. Raquel olhava para a lua e disse para Ricardo:
- Eu queria ver o
pôr-do-sol, mas estou vendo algo mais bonito. - andando lentamente e sem rumo.
Ricardo deixou-a ir, para seguir em frente e pensar no que lhe foi dito. Ele
foi embora daquele largo cemitério, sem rumo e olhando para a lua.
TEXTO 03
OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
ROSANGELA SHEYLA PEDROSA MAGALHÃES
5° PERÍODO – NOITE
O
diário
Marta ficou estarrecida com a história
que sua irmã Marisa leu de um diário que acharam no sótão da casa que foram
morar com seus pais e por isso começou a indagar:
- Mas acabou? De quem é esse diário? O
que aconteceu? A moça morreu?
- Calma Marta. – Falou Marisa tentando
disfarçar sua ansiedade – Vou voltar no começo do diário para ver se temos uma
pista de quem escreveu isso.
Marisa volta para o começo do diário e
identifica que o diário tem mais de trinta anos, procura mais um pouco e
encontra a capa caída e vê que se trata...
- Foi a própria Raquel que escreveu! –
Falou Marisa espantada com o nome que estava escrito em dourado na capa do
diário que havia caído no chão assim que acharam aquele caderno diferente.
-
Mas como! Ela não morreu?!
- Vamos continuar lendo para ver se
conseguimos desvendar esse mistério.
E Ricardo, ao prestar atenção na cantiga
das crianças, começou a lembrar dele e de Raquel nos tempos que estudavam
juntos e viu que não podia tratar assim aquela que havia sido o grande amor de
sua vida.
Em um ímpeto de coragem, pois não sabia
como seria a reação de Raquel ao retornar aquele lugar, foi para a capela
superando seus medos, medo de perdê-la para sempre, medo de além de não tê-la
mais como sua futura esposa também não a teria mais nem como amiga, medo de ter
perdido a oportunidade de ver aquele lindo pôr de sol pela última vez ao lado
do seu amor.
Enquanto pensava ele corria o mais
rápido que podia para alcançar o seu destino, a capelinha onde estava presa, e
quem sabe como, a mulher que envolvia os seus pensamentos.
Ao chegar na capelinha abriu as portas
num único empurrão, pegou a chave que por umas duas ou três vezes caíram de
suas mãos, por causa do tremor.
Chamava por ela, mas já não respondia.
Será que havia morrido? será que estava junto daqueles com quem ficou presa?
Mas foi tão pouco tempo. Ele implorava a Deus que protegesse o seu amor, que
não deixasse que nada de mal acontecesse.
Quando ele conseguiu abrir o portão
enferrujado encontrou-a caída, no chão, completamente sem cor, um torpor tomou
conta de seu corpo, foi se aproximando vagarosamente com seus olhos cheios de
lágrimas sem acreditar no que estava vendo.
Não havia mais tempo ele havia perdido o
seu grande amor, saiu de lá com o coração dilacerado, sem entender porque havia
deixado acontecer uma coisa tão definitiva na vida dos dois. Como viver com
esse peso no coração? Ele não viveu, ele sobreviveu.
- Mas, se ela morreu? Quem escreveu
isso? – Indagou Marta sem entender nada.
- Cala boca Marta, deixe-me continuar
lendo. – Respondeu Marisa notoriamente contrariada com o que tinha acabado de
ler e com a cabeça rodopiando de interrogações.
Não entende como, mas sobreviveu,
casou-se, teve uma filha e colocou seu nome de Raquel.
Nesse momento Marisa e Marta se
entreolham com os rostos cada vez mais cheios de interrogações, mas Marisa
continuou a ler a história.
Um pouco antes de Ricardo morrer,
Raquel, sua filha, vendo-o, angustiado, triste, acabrunhado, sentou-se ao seu
lado e perguntou:
-Papai, o Sr. tem tudo que um homem
almeja alcançar, posição social que conseguiu com seus próprios esforços, uma
mulher que te ama, uma filha que te idolatra, não entendo porque o Sr. é tão
triste?
Muito cabisbaixo e com um fio de voz
Ricardo pergunta a sua filha:
- Você quer mesmo saber? – Perguntou o
pai com o rosto muito mais envelhecido do que a idade que realmente tinha.
- Claro papai que quero. Respondeu a
filha com uma angustia no coração.
- Mesmo que essa história que vou te
contar desmanche essa imagem que você tem de mim?
- Eu nunca vou deixar de lhe amar meu
pai, tenha feito o Sr. O que for.
- Mas quando te contar, tenho certeza
que você vai ter uma visão horrível de mim, mas vou contar….
E então, Ricardo contou essa história
horrível para sua querida filha.
- Marta, Marisa, está na hora de irem
para a escola. Venham logo tomar banho e almoçar meus amores. – Chamou a mãe
das meninas com uma voz doce.
- Marisa, você tem que continuar lendo,
eu estou empelotada de curiosidade, não podemos parar agora.
- Mas a mamãe está chamando e não
podemos faltar à aula. Respondeu Marisa que estava muito mais acabrunhada que
sua irmã.
- Então voltaremos correndo para
continuar lendo este diário. Marta respondeu agoniada pois teria que sair e
queria continuar lendo a história.
- Vamos, senão o doce da voz da mamãe
vai virar um trovão. Quando voltarmos terminamos a leitura.
TEXTO 04
LIBERDADE
AO ANOITECER
Nome: Adriana Tavares de Lima Macedo
Matrícula: 15010035
Curso: Pedagogia
Período: 1º
Turno: Noite
Disciplina: Oficina de Produção de Textos
Professor: Erivelto Reis
[...] Guardando a chave no bolso, ele retornou o caminho
percorrido. [...]
Depois de algumas horas sozinha, cansada de gritar por
Ricardo, lembrou-se de como um lugar tão antigo e envelhecido pelo tempo,
pudesse ter as trancas da portinhola novinha em folha.
— Deve haver alguma
chave extra por aqui em algum lugar! Exclamou ela.
Tateando as paredes, Raquel consegue chegar até a gaveta
de Maria Emília...
— Sim, com certeza
deve estar aqui! ...
Com a ponta dos
dedos ela sentiu que o medalhão estava frouxo, não pelo tempo, mas por ter sido
violado. Mais que depressa puxou com força, e para sua alegria, encontra a
chave enrolada num papel de seda.
— Agora
preciso conferir se esta é mesmo a chave que abre essa fechadura. Disse ela com
um sorriso enorme no rosto. Caminhando
pela escada até o alto da portinhola, Raquel introduziu aquela pequena chave no
buraco da fechadura que num instante destravou!
— Consegui! Consegui!
Agora posso ir embora e nunca mais voltar à este lugar repugnante.
Raquel percorreu pela enorme alameda em sentido a saída.
— Nunca mais quero voltar a ver o Ricardo, e ele nunca
vai saber que escapei com vida desse lugar! Com os pés descalços, ela volta
feliz para sua casa como se nunca tivesse visto aquele pôr-do-sol.
TEXTO 05
Neilma da Silva Rosa Assis do Nascimento
Primeiro Período de Pedagogia-noite
Oficina de Produção de Textos
Professor: Erivelto Reis
AO NASCER DO SOL
Ao descer à ladeira a expressão de astúcia de Ricardo fora sumindo, dando lugar a uma expressão de puro prazer, por que não dizer, de dever cumprido; assobiava, cantarolava e chutava algumas pedrinhas pelo caminho, até que olhou para trás e não mais viu o cemitério. Enquanto isso, na catacumba fria, Raquel via o mais aterrorizante pôr do sol de sua vida. Jogou-se ao chão, gritou incansavelmente e percebera que mais nada podia fazer a não ser odiar a Ricardo e arrepender-se amargamente de ter ido aquele encontro.
Após o último raio de sol se pôr, Raquel encostou-se a uma das paredes daquele estreito retângulo cinzento e passou a noite mais horripilante de sua vida, onde o ódio, o medo, a culpa a dominava, por que teve a escolha de não ir.
- Ah! Se Ricardo aparecesse em minha frente agora, eu o mataria. Ah! Eu o mataria! De repente uma coruja pia, o vento assobia, barulho de folhas secas e ela diz: Meu Deus! A morte chega até a mim! - pensa enquanto acende um fósforo - O que fiz de minha vida para ter esse tão cruel fim? De tanto medo e terror Raquel adormeceu, diante daquela dor.
Quando acorda com um suave raio de sol em seu rosto, mal pôde acreditar que sobrevivera aquela noite de frio. Seus dedos doíam. Começa a procurar um meio de sair daquele lugar. Percebera que havia uma parede fragilizada, com alguns buracos provocados pela persistência da chuva, então com luvas na mão pegou os seus sapatos de salto e começou a bater incansavelmente durante horas a fios, seus dedos sangravam, mas ela não desistia. Ao sair da ultima pedra ela pôde ver o mais lindo pôr do sol de sua vida, sentiu o ar em seu rosto, aproveitou a oportunidade e partiu sem olhar para trás...
TEXTO 06
A VOLTA DO ALBINO
ALUNO: WASHINGTON LUIS MATIAS MORAIS
CURSO: GEOGRAFIA
1º PERÍODO
TURNO: NOITE
DISCIPLINA: OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
O pouco da fresta de sol que entrava pela fechadura se foi, a noite chegou, o frio aumentou, minhas forças se foram, transformando-se em medo, a minha vida passa agora pela minha cabeça como um filme, meus pensamentos me atormentam, me pergunto, será que este lugar tem cobras, morcegos enfim será mesmo o meu fim? Ai meu Deus, sei que nem sempre fui digna da tua atenção, mais lança sobre mim a tua compaixão.
As horas passam lentamente, a minha carne treme, estou me sentindo fraca, sinto uma angustia jamais sentida, meus pensamentos novamente me perturbam e me confundem, será que mereço morrer desta forma? Estou me sentindo culpada. Assim me angustiei por toda a noite nas trevas jamais vista, enfim ali era lugar de mortos e eu ainda estava viva.
Lá pelas tantas da madrugada, eu acho, já sem forças de tanto gritar, não sei se desmaiei ou dormi. Despertei com o raiar do dia com ruídos de passos e fala de pessoas que vinham de longe, o medo me fez ficar calada por alguns segundos, de repente a voz das pessoas lá fora parecia mais próxima, quando reconheci a voz do motorista do táxi que eu havia contratado para voltar ao anoitecer para me buscar, pois ele sabia exatamente onde havia me deixado.
O motorista Albino já conhecido da família procurou a minha irmã Rebeca e comunicou o desencontro, o que deixou todos preocupados e então começaram a me procurar, só então depois de buscas e informações adentraram no velho cemitério, eu então muito fraca, mal conseguia me levantar, pude tirar com muito esforço um pedido de socorro e logo ouvir minha irmã Rebeca gritar, é ela, é ela, e em poucos minutos alguns homens que acompanhavam arrombaram grades e portão, minha irmã Rebeca me abraçava e chorava falando ao meu ouvido, fica tranquila, estamos aqui pra cuidar de você, vai ficar tudo bem. Albino olha-me e diz, eu te prometi que voltaria pra te buscar.
Ricardo foi preso, e o que se descobriu é que ele já tinha cometido outros delitos. Eu sempre me angustiei com a forma em que Ricardo me envolveu e planejou toda aquela monstruosidade com tanta frieza.
Um dia sem que ninguém soubesse, procurei-o na prisão com a intenção de conversar, para minha surpresa ele estava louco na ala da psiquiatria, só pude vê-lo de longe, muito sujo e totalmente perturbado, enfim, não tinha o que falar com ele naquela situação deprimente, era um morto vivo, só me restou ter pena do monstro que se tornara.
Professor: Erivelto Reis
Aluno: Washington Luis M. Morais
TEXTO 07
FEUC
Nome: Leonardo Iápeter CameloMatrícula: 15010506
Curso: Letras – Português / Literatura – 1° Período
Turno: Noite (Quarta-feira)
A ESPERANÇA DE RAQUEL
Começa então o verdadeiro desespero de
Raquel, isolada dentro da capelinha ela não sabia mais o que fazer, depois de
gritar, gritar e gritar como se sua vida dependesse daqueles gritos, sentiu sua
voz sumindo e a cada grito sua voz diminuía como se naquela altura o som que
saía de sua voz representasse a sua esperança que ia se esvaindo conforme o
passar do tempo e ainda por mais uma hora ela bateu e bateu a portinhola,
tentando a abrir na força e mesmo sabendo que não ia conseguir, naquela hora
não raciocinava mais. O medo lhe tomou por inteira e ao olhar ao redor percebeu
que estava realmente sozinha, olhava através da portinhola e não enxergava a
saída e quando olhava para baixo para as escadas só aumentava o seu medo e seu
frio.
Após não saber mais quantas horas estava
presa Raquel só rezava para amanhecer, ajoelhou varias e varias vezes, já não
se importava mais com o vestido que já tinham marcas na altura do joelho,
marcas de poeira do chão sujo, marcas de desgastes de tanto ajoelhar e
levantar, ela pedia a Deus que a livrasse daquele momento, pedia que Ricardo
voltasse e dissesse que tudo aquilo não passou de uma brincadeira, dizia que
não iria ficar zangada com ele que só queria mesmo era ir para casa, era sair
dali, era estar livre novamente. Raquel não conseguia mais raciocinar, só
passava pela sua cabeça como seria morrer ali naquele lugar, sem nem saber se
morreria de fome ou morreria de cede, pensava que nem os seus parentes teriam a
chance de enterrá-la.
Após horas dentro da capelinha, quando já
havia perdido as esperanças, atirada no chão, sem se importar com a sujeira ou
com a ferrugem da portinhola, sem se importar com o vestido ou com os sapatos
sujos de lama, ela houve passos do lado de fora e mesmo sem voz Raquel tenta
gritar, com a voz mais que rouca ela clama por socorro, e houve cada vez mais
os passos se aproximarem e aumentarem o ritmo, como se estivessem correndo, ela
continua a tentar gritar, mas sua voz quase não sai, com um som rouco e baixo
ela continua a gritar, quando ela para, e percebe que os passos agora não estão
mais se aproximando, mas sim se distanciando, ela não acredita, e lentamente
escuta os passos cada vez mais baixo até sumirem. Raquel, então, sem forças
fica ali naquele mesmo lugar, jogada no chão, suja de lama, de poeira, com seu
vestido com as marcas no joelho, com o semblante de quem espera pela morte com
a certeza que não verá mais a vida e naquele mesmo lugar ela fica até que após
dias o último suspiro se esvaia do seu corpo.
TEXTO 08
Aluna: Letícia Ferreira de Lacerda
Matrícula: 15010202
Curso: Letras-Português/Inglês 1º período
A PROMESSA DE UM DEMÔNIO FEITA A UM ANJO
Ao perceber que está trancada, Raquel, no mesmo instante, muda sua expressão, indo do sorriso ao espanto. Ela o olha com
súplica nos olhos. Ricardo a olha com divertimento, passando a chave de uma mão para outra como
se fosse uma bolinha, ele por um momento para e diz:
- É isso que você quer Raquel? – ele
estica o braço direito em direção a ela mostrando a chave pequena prateada.
- S-sim. Você pode me dar ou abrir
para mim? – ela tenta colocar um sorriso doce nos lábios. – Por favor, meu
amor. – ela suplica olhando para ele com os olhos marejados.
Ele se aproxima dela, esticando a mão
e a passando em seu rosto que está contra a grade de ferro.
- Você é tão linda, Raquel. Tão linda para ser de um homem que não seja eu.
Ele se abaixa e fica na altura do rosto da menina que
agora está tomado por lágrimas que insistem em cair. Ricardo passa o polegar na
bochecha de Raquel secando uma lágrima.
- Não chore, doce menina. – ele fala com um sorriso terno nos lábios.
- Por favor, Ricardo, me tire daqui. –
Ela implora segurando sua mão que ainda está em seu rosto.
- Eu não posso meu anjo. Se eu deixar
você sair, irá correndo para os braços daquele garoto e eu não suporto a ideia de você nos
braços de outra pessoa. Se for pra ficar com alguém, tem que ser comigo. Você
entende, não entende? – Ele se desvencilha das mãos de Raquel e segura seu
queixo a fazendo olhar para ele.
- Eu posso ficar com você, Ricardo, eu
termino com meu namorado. Só me tire daqui.
Ricardo se
levanta bruscamente rindo com deboche para a menina que suplica por liberdade.
- Não seja idiota, Raquel. Você acha mesmo que eu vou acreditar em você? Depois de tudo
que passei, não consigo acreditar em mais ninguém, especialmente em você. Eu
vou embora e não quero ouvir um grito seu, está me entendendo? Nem um pio.
Ricardo abre os braços e segura as duas maçanetas, uma de cada lado da porta da capelinha, e antes de fechá-la dá uma
última olhada em Raquel e lhe faz uma promessa. – Nunca mais irei te incomodar meu anjo, descanse em paz. A menina
começa a sacudir a grade de ferro, mas seu esforço é em vão. As portas da
capelinha estão trancadas e ela se vê sozinha, com suas lágrimas e sua dor. Ela
não consegue ouvir os passos de Ricardo que já está no portão do cemitério. E com seu
fôlego e sua esperança de ser encontrada, Raquel vai perdendo os sentidos a
cada dia que passa, e com um único suspiro de vida que lhe restam. A linda menina
se vai. E como prometido, Ricardo nunca mais a incomodou e ela agora poderá
descansar para sempre.
TEXTO 09
Nome: Rodrigo Losik da Silva Matrícula: 15010422 Curso: BSI Período: Primeiro período Turno: Noite Disciplina: Oficina de produção de texto
[...] Raquel após algum tempo de desespero, começou a recobrar a
consciência e logo pôs-se a pensar em alguma maneira de sair de sua recente
prisão.
Como ela já havia percebido, a fechadura era nova, porém, como as grades
estavam cobertas com ferrugem, ela pensou que ela conseguisse alguma coisa
resistente, ela poderia sair de lá. Tendo isso em mente, Raquel aproveita o
resto de luz que entra para tentar encontrar alguma coisa que a ajudasse em sua
fuga.
Mesmo com a baixa visibilidade, ela consegue ver que uma das alças, com
o passar do tempo foi se desprendendo de sua estrutura. Raquel usa o pouco de
força e puxa a alça, que não oferece muita resistência e acaba se desprendendo da
estrutura.
Imediatamente, ela vai na direção das grades da portinhola, e começa a
tentar quebrar de qualquer jeito as grades, batendo, desenfreadamente com toda
a sua força restante até o presente momento. Vendo que não havia surtido muito
efeito, começa a se desesperar novamente e continua batendo furiosamente nas grades
agora, com aquele sentimento de desespero retomando o controle de seu
emocional, desaba a chorar novamente, e aos poucos, vai diminuindo o ritmo de
pancadas dadas nas grades e o choro começa a aumentar, assim, eventualmente
parando de bater, e senta no chão, com as costas encostadas na porta.
Algum tempo se passa e a luz vai se esvaindo a ponto de não conseguir
enxergar mais nada com exceção de algum reflexo que muito mal podia perceber da
lua, Raquel acaba caindo no sono exausta.
Na manhã seguinte, com os primeiros raios de sol, Raquel desperta um
pouco menos tensa, porém, ainda preocupada de como sairia dali. Mais tranquila,
ela volta a sua continuar a forçar as grades só que dessa vez tentando mais diferentes
de usar a alça nas barras, até que uma delas cedeu.
Motivada com o êxito de ter conseguido tirar uma das barras, ela
prossegue até o momento em que consegue passar por entre ela se espremendo.
Imediatamente ela sai em disparada da rua principal com o objetivo de deixar
aquele lugar horripilante o mais rápido possível. Se sentindo aliviada quando
finalmente o silêncio é rompido e ela ouve novamente aquela cantiga infantil
das crianças brincando de roda.
TEXTO 10
Final alternativo para o conto: “Venha ver o pôr do sol”, de Lygia F. Telles.
Aluna: Michelly Tavares
Matrícula: 15010598 – Curso: Letras (Inglês/Português)
Período: 1º
Amor e ódio
- Não!
As tentativas frustradas de Raquel para chamar a atenção de Ricardo continuavam constantes até aquela silhueta masculina desaparecer do seu campo de visão.
Apenas a escuridão mórbida fazia companhia à pequena Raquel, a qual fazia questão de esconder toda a sua fragilidade atrás de uma personalidade que fora criada. Raquel havia mudado muito após o seu término forçado com Ricardo.
Ela: uma jovem moça com sonhos de aventuras ao redor do mundo. Ele: um rapaz de poucos amigos, que gostava de viver o hoje. Os dois se conheceram no colegial. Ricardo se interessou desde o primeiro momento em que a viu e assim, passou a ser a pessoa mais atenciosa para a moça, que por sua vez, ao meio de tanta atenção e carinho acabara se apaixonando. Com o passar dos anos, Ricardo foi deixando de ser o Ricardo por quem Raquel havia se apaixonado. Até que certo dia, ela chega cedo na casa em que morava com o, até então, amor de sua vida. Porém a cena que presenciou ao entrar no quarto fez seu mundo desmoronar ao seu redor.
Sofrimento. A mesma dor que sentia naquela noite fria era idêntica à que sentiu quando, sem ecoar um único som, decidiu arrancá-lo de sua vida. Afinal, novamente sentia-se traída pelo mesmo homem, o homem que amou... o homem que ainda ama. Raquel sentiu suas costas se roçarem na parede suja daquele local e junto às lágrimas, todas as lembranças vinham à tona.
- Não! Não é possível!
Afirmava em sussurros enquanto suas lágrimas eram derramadas ao chão. Balançou a cabeça diversas vezes antes de bater na mesma como se estivesse perdendo o controle.
- Como fui capaz de vir atrás do Ricardo mesmo depois do que ele me fez?
A verdade era que Raquel ainda amava aquele homem. Mesmo em um novo relacionamento com Roberto, o qual estava sendo usado como uma válvula de escape para esquecer Ricardo. Do contrário do que fora dito, Roberto não era rico. Raquel mentiu para parecer superior em relação ao Ricardo.
Com a dor de cabeça de tanto chorar por aproximadamente duas horas, ouviu seu telefone tocar. Era Roberto do outro lado da linha. Devido às suas lembranças desesperadoras, ela havia se esquecido do seu aparelho celular. Aos soluços atendeu ao telefone, passou as coordenadas para seu namorado vir resgatá-la.
Uma hora após o telefonema, Raquel é tirada daquele local sombrio, secou suas lágrimas enquanto exigia para ser levada para a casa dos pais.
- Ficarei bem. – Disse a mulher que agora estava com um olhar estranho e um sorriso malicioso nos lábios. Esperou Roberto ir embora e então, correu para o escritório do pai com a finalidade de roubar sua pistola. Tomada pelo ódio, pegou o carro e pacientemente esperou a madrugada para ir em direção à casa de Ricardo, afinal ainda tinha a chave da porta principal.
No local, Raquel mostra um sorriso malicioso enquanto o vê dormir. Aponta a arma para a cabeça daquele homem e simplesmente atira.
Marco Antônio Carvalho Dias – Matrícula 14010260
Curso: Licenciatura em Matemática
Disciplina: Oficina de Produção de Textos
Período: Noturno
FUGA OU RAPTO?
Já passava de 10 da noite, quando Otávio Toledo, marido de Rachel, manifestou mais uma vez insatisfação com seu atraso, cogitava cancelar a viagem ao Oriente. No dia seguinte foi correr hospitais, delegacias atrás da esposa.
No terceiro dia comunicou ao investigador Kinglento Martins o desaparecimento da esposa, que pediu ao jornalista policial Douglas Prado a publicação no Jornal da Cidade do “SUMIÇO DA MILIONÁRIA”, o suficiente para o taxista Jardel ver a foto e reconhecer sua cliente eventual e levar Kinglento até a ladeira tortuosa, local onde a deixara.
O local pôs uma dúvida em Kinglento: “fuga ou rapto?” Pouquíssimas pistas. Mas o suficiente para Ricardo, após ver as notícias, decidir voltar para o interior de Minas. Após duas semanas com pouco progresso, Kinglento em mais uma ida a ladeira tortuosa viu um sinal que poderia desvendar o caso. Urubus sobrevoavam o cemitério abandonado. Seu instinto o levou até uma capelinha coberta de alto a baixo por uma trepadeira selvagem, onde se concentravam os urubus. Arrombar a portinhola e encontrar o corpo de Rachel foi simples.
Agora Kinglento reunia suas pistas: uma fechadura nova, palitos de fósforos e um corpo sem marcas de violência. Fuga ou rapto? Não. Crime passional. Dias após, visitou a pensão horrenda e com a colaboração da dona, que lembrava uma Medusa, colheu diversas impressões digitais do antigo quarto de Ricardo, sendo que ali encontrou sua prova final.
Dois dias após, Kinglento convidou o jornalista policial Douglas para uma viagem de trem até o interior de Minas. Os dias de liberdade de Ricardo estavam contados.
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