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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

domingo, 13 de abril de 2025

FAIXA 9 - ARREBATADA - MARIA TERESA HORTA - Poesia Portuguesa MusIcAda - Produzido por Erivelto Reis

 Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis - Poesia Portuguesa MusIcAda (2025)

Idealização e Produção: Erivelto Reis 

Faixa 9 - Arrebatada - Maria Teresa Horta - [Eu quero a lava]



 

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Poemas da Literatura Portuguesa musIcAdos com recursos de IA, visando à formação de público leitor no Ensino Médio. Prof. Erivelto Reis - 2025. Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis. Idealização, Repertório e Produção: Erivelto Reis

Ficha técnica: Imagens criadas com Prompts no Copilot e Gemini: Azulejos portugueses como capas de discos de vinil. A correlação entre a poesia portuguesa e sua materialização através do design dos azulejos que remetem à história e à cultura de Portugal e o vinil como elemento-símbolo da música numa alusão ao tempo outro menos tecnológico e mais artesanal. Prompt para o arranjo: Fado - Voz feminina adulta - Acústico. Divisão da letra do poema para a música: Erivelto Reis Prompt para a letra (interpretação): conversão do poema numa cena em que uma pessoa explicite a intensidade dos seus sentimentos idealizados. Edição de áudio: Programa Audacity Produção de vídeo: Programa Canva Arrebatada Maria Teresa Horta Eu não quero a ternura quero o fogo a chama da loucura desatada quero a febre dos sentidos e o desejo o tumulto da paixão arrebatada Eu não quero só o olhar quero o corpo abismo de navalha que nos mata quero o cume da avidez e do delírio sequiosa faminta apaixonada Eu não quero o deleite do amor quero tudo o que é voraz Eu quero a lava O poema "Arrebatada" de Maria Teresa Horta é uma declaração intensa e visceral de um desejo avassalador e apaixonado. Através de uma linguagem direta e carregada de imagens fortes, a voz lírica expressa uma repulsa à ternura suave e um anseio voraz por uma experiência amorosa totalizante e ardente. Maria Teresa Horta (1937-2024) foi uma escritora, poetisa, jornalista e ativista feminista portuguesa, considerada uma das figuras mais importantes da literatura portuguesa contemporânea. Nascida em Lisboa, em 20 de maio de 1937, faleceu em fevereiro de 2024. Principais aspetos da sua vida e obra: Origens e Formação: Proveniente de uma família da alta aristocracia portuguesa (era descendente da Marquesa de Alorna), estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Poetisa Marcante: Iniciou sua carreira literária na década de 1960, destacando-se como uma voz poética singular e inovadora. Sua poesia frequentemente aborda temas como o corpo feminino, o desejo, a paixão, a liberdade e a crítica social, com uma linguagem direta e sensual. "As Três Marias" e as "Novas Cartas Portuguesas": Um dos momentos mais marcantes de sua trajetória foi a publicação, em 1972, do livro "Novas Cartas Portuguesas", em coautoria com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. Inspirado nas cartas de Mariana Alcoforado, o livro era uma ousada crítica à sociedade patriarcal e à repressão do regime salazarista, explorando a sexualidade e a condição feminina de forma inédita. O livro foi censurado e as autoras foram levadas a julgamento num caso que ganhou repercussão internacional, ficando conhecidas como as "Três Marias". Ativismo Feminista: Maria Teresa Horta foi uma figura central do movimento feminista em Portugal. Foi dirigente do Movimento Feminista de Portugal e dirigiu a revista "Mulheres" do Partido Comunista Português durante 14 anos. Sua obra continua a ser estudada e celebrada como um marco na literatura portuguesa e no movimento feminista. Comentários/Poema: Oposição entre ternura e fogo: O poema se estrutura em torno da clara oposição entre a "ternura" (associada a algo brando, talvez superficial ou insuficiente) e o "fogo", a "chama da loucura", a "febre dos sentidos" e a "paixão arrebatada". Essa dicotomia estabelece o tom da busca por uma intensidade extrema. Linguagem sensorial e física: A poeta utiliza uma linguagem que evoca fortemente os sentidos e o corpo. Palavras como "fogo", "chama", "febre", "desejo", "corpo", "abismo de navalha", "cume da avidez", "delírio", "sequiosa faminta" e "lava" pintam um quadro de uma paixão que não se contenta com o plano emocional, mas que busca a fusão física e a perda de controle. Caráter absoluto do desejo: A repetição do verso "Eu não quero..." enfatiza a rejeição da moderação e a afirmação de um querer total e incondicional. A conjunção "quero" surge como um grito de afirmação desse desejo avassalador. Metáforas intensas: As metáforas utilizadas são poderosas e carregadas de significado. O "corpo abismo de navalha que nos mata" sugere uma entrega perigosa e potencialmente destrutiva, mas também profundamente intensa. O "cume da avidez e do delírio" evoca o ponto máximo da excitação e da perda da razão. A "lava" final sintetiza a força incandescente e transformadora desse desejo. Tom direto e assertivo: A ausência de rodeios e a construção frasal concisa conferem ao poema um tom de urgência e determinação. A voz lírica não hesita em expressar sua necessidade visceral. Exploração da paixão feminina: O poema pode ser lido como uma expressão da intensidade da paixão feminina, rompendo com estereótipos de delicadeza e passividade. A mulher aqui se apresenta como ativa, desejante e voraz.

domingo, 6 de abril de 2025

FAIXA 8 - SETE LUAS - NATÁLIA CORREIA - Poesia Portuguesa MusIcAda - Produzido por Erivelto Reis

 

Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis - Poesia Portuguesa MusIcAda (2025)

Idealização e Produção: Erivelto Reis 

Faixa 8 - Sete Luas - Natália Correia - [Só o nosso nome estava certo]

 

 



 

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 Poemas da Literatura Portuguesa musIcAdos com recursos de IA, visando à formação de público leitor no Ensino Médio. Prof. Erivelto Reis - 2025. Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis. Idealização, Repertório e Produção: Erivelto Reis Ficha técnica: Imagens criadas com Prompts no Copilot e Gemini: Azulejos portugueses como capas de discos de vinil. A correlação entre a poesia portuguesa e sua materialização através do design dos azulejos que remetem à história e à cultura de Portugal e o vinil como elemento-símbolo da música numa alusão ao tempo outro menos tecnológico e mais artesanal. Prompt para o arranjo: Fada - Voz feminina adulta - Acústico. Divisão da letra do poema para a música: Erivelto Reis Prompt para a letra (interpretação): conversão do poema numa cena em que alguém tenha uma reflexão sobre a existência de forma suave, algo nostálgica, comparando a vida às fases da lua e suas possíveis influências na vida das pessoas, especialmente em relação ao destino e aos afetos. Edição de áudio: Programa Audacity Produção de vídeo: Programa Canva Sete Luas Natália Correia Há noites que são feitas dos meus braços e um silencio comum às violetas e há sete luas que são sete traços de sete noites que nunca foram feitas Há noites que levamos à cintura como um cinto de grandes borboletas E um risco a sangue na nossa carne escura de uma espada à bainha de um cometa Há noites que nos deixam para trás enrolados no nosso desencanto e cisnes brancos que só são iguais à mais longinqua onda de seu canto Há noites que nos levam para onde o fantasma de nós fica mais perto: e é sempre a nossa voz que nos responde e só o nosso nome estava certo. Breve Biografia de Natália Correia Natália de Oliveira Correia (Gafanha da Nazaré, 9 de junho de 1923 – Lisboa, 16 de março de 1993) foi uma destacada intelectual, escritora, poetisa, jornalista, dramaturga, ensaísta e ativista política portuguesa. Considerada uma das figuras mais relevantes da literatura portuguesa do século XX, Natália Correia distinguiu-se pela sua escrita ousada, interventiva e profundamente lírica. Desde cedo demonstrou um talento precoce para a escrita, publicando o seu primeiro livro de poemas, "Rio de Mistérios", em 1945. A sua poesia é marcada por uma forte sensualidade e uma crítica social e política incisiva, frequentemente abordando temas como a liberdade, a justiça, a condição feminina e a hipocrisia da sociedade. A sua linguagem é rica, musical e carregada de imagens fortes e originais. Para além da sua atividade literária, Natália Correia foi uma figura ativa na vida política e cultural portuguesa. Durante o regime do Estado Novo, manifestou-se contra a ditadura, o que lhe valeu perseguições e censura. Após a Revolução dos Cravos, em 1974, continuou a participar ativamente no debate público, defendendo as suas convicções com paixão e inteligência. Foi deputada à Assembleia da República pelo Partido Socialista entre 1980 e 1991. Natália Correia deixou um legado indelével na literatura e na cultura portuguesa, sendo reconhecida pela sua coragem, pela sua escrita inovadora e pela sua defesa intransigente da liberdade e da dignidade humana. Comentário do Poema "Sete Luas" Este poema "Sete Luas" de Natália Correia é uma meditação lírica e evocativa sobre a natureza das noites, a sua relação com a experiência pessoal e a fronteira entre o real e o imaginário. Através de imagens vívidas e associações surpreendentes, a autora constrói uma atmosfera onírica e introspectiva. A primeira estrofe estabelece um paralelismo entre a intimidade e a beleza natural. Essa fusão do eu com o mundo natural cria uma sensação de conforto e quietude. No entanto, a introdução instaura um mistério e uma dimensão de potencialidade não realizada. Essas luas não são concretas, mas sim marcas de experiências ausentes, de noites que existiram apenas na imaginação ou no desejo. A segunda estrofe intensifica a carga simbólica e a sensualidade. As noites são personificadas, sugerindo uma beleza frágil e vibrante, algo que se carrega consigo, talvez como uma lembrança ou um segredo. Evoca uma ferida, uma marca profunda, talvez resultante de um encontro intenso e fugaz, comparado à trajetória veloz e luminosa de um cometa. A bainha da espada, associada ao cometa, sugere algo contido, mas com um potencial destrutivo ou transformador. A terceira estrofe aborda a sensação de perda e desencontro. A imagem é melancólica e sugere uma beleza distante, quase inatingível, que ecoa a solidão do eu lírico. A quarta e última estrofe mergulha na introspecção e na busca pela identidade. Sugerindo um confronto com as nossas próprias sombras, com o nosso eu mais profundo e talvez esquecido. No poema, as noites não são meros períodos de escuridão, mas sim espaços carregados de significado, de emoções e de possibilidades.