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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Objetivos da Educação



OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO

NÉRICI, Imídeo G. “Objetivos da educação”. In:_________. Didática geral dinâmica. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1981. p. 24-27.


Vão indicados os que parecem ser os objetivos mais gerais da educação, para onde devem convergir os esforços de todos os planejamentos educacionais, como os de currículos e de ensino, atendidos os objetivos específicos das atividades, áreas de estudos ou disciplinas. Enfim, todas as atividades escolares devem convergir para a efetivação dos objetivos da educação no sentido de integração e progressão.

Os principais objetivos da educação parecem ser:

1. Dar oportunidade para cada um revelar-se e realizar-se, isto é, de permitir a cada um ser o que é, pela explicitação de suas virtualidades, para melhor desenvolvimento da personalidade, o que é útil para o educando e a sociedade. Útil para o educando, porque ele poderá dedicar-se a atividades para as quais tenha melhores aptidões, e útil para a sociedade, porque se beneficiará com a melhor e maior produção do mesmo.

2. Formar a mentalidade científica como base que permita viver e progredir sem temores descabidos e com plena consciência da sua própria ação. Através da mentalidade científica, poderá ser cultivada a independência de pensamento, imparcialidade e capacidade de dar-se a tarefas desinteressadas, bem como desenvolver o sentimento de responsabilidade social. É por meio da mentalidade científica, com espírito crítico desenvolvido, que o homem poderá livrar-se das propagandas de toda espécie, desde as ideológicas às comerciais, libertando-se, assim, do comportamento automatizado ou “massificado”.

3. Desenvolver a capacidade de esforço e persistência, uma vez que nem todas as metas da vida são alcançadas só com a intenção e a vontade de alcançá-las. Já disse um filósofo que "o gênio é uma longa paciência", como a reconhecer o poder excepcional do esforço e da perseverança. As realizações mais refinadas, mais perfeitas ou mais eficazes não são alcançadas senão com muita dedicação. E nada se consegue, aliás, sem a aplicação dessas duas verdadeiras virtudes: esforço e perseverança. É preciso afastar do homem o fascínio que sobre ele exerce a palavra sorte e convencê-lo de que ele pode criar a sua sorte, com esforço e perseverança... A sensibilização do homem pelo esforço e perseverança poder dar a cada um o sabor de viver em epopeia, em aventura de conquista e de grandes realizações. Conquista da sua própria sorte e da sua própria vida.

4. Predispor e preparar para o exercício de uma autoridade profissional útil à subsistência do educando e às necessidades sociais, em aberto combate ao "parasitismo social" e à atitude de "nada dar e tudo querer". Formar o homem que coopera na economia da sociedade como seu trabalho e quando reclama não o faz a pretexto de privilégios, mas de direito adquirido, graças ao seu trabalho.

5. Tomar o educando independente, isto é, que saiba andar com suas próprias pernas e pensar com a sua própria cabeça. Tornar independente não no sentido de mera oposição ou contestação, mas no sentido de cooperação, de melhoria, de autodeterminação e de tomada de decisões refletidas e responsáveis.

6. Levar a ter confiança em si e nos seus semelhantes — esta é uma tarefa difícil e necessária da educação e complemento, também, do objetivo anterior, que é o educando ganhar confiança em si, mas solidária, complementada pela confiança nos outros. Confiança somente em si acaba, criando Ilhas, quando não adversários prontos a se agredirem.

7. Sensibilizar para a responsabilidade — este objetivo é complemento do anterior, unia vez que independência, para ser autêntica, útil e desejável, precisa ser secundada por desenvolvido senso de responsabilidade e respeito pelo próximo, senão poderá ser tudo, menos liberdade

8. Tornar comunitário, isto é, sensibilizar o educando para o convívio responsável com seus semelhantes, no sentido de cooperação, respeito e solidariedade. Levar a sentir o seu próximo como a si mesmo e a encarar os problemas comunitários, também, como seus. Este objetivo deve levar à estruturação do cidadão participante.

9. Desenvolver a criatividade, para que o educando não seja um estereotipado em seu comportamento e tenha melhores condições para enfrentar as situações novas e problemáticas da vida, com maiores probabilidades de sucesso. Desenvolver a criatividade para tornar o educando mais flexível diante das transformações e mutações que a vida possa oferecer, em todos os campos. Desenvolver criatividade funcional e não exibicionista, só para ser original...

10. Levar a apreciar os conhecimentos e mesmo as estruturas sociais como possivelmente provisórios, a fim de facilitar o advento de novos conhecimentos, novas técnicas e novas maneiras de convívio e de relacionamento, novas situações de vida, bem como predispor para a pesquisa e o aperfeiçoamento do que quer que seja.

11. Desenvolver a capacidade de apreciação estética, principalmente das coisas e dos fenômenos mais simples e não tanto da sofisticação... Levar a apreender o sentido estético contido nos acontecimentos que o envolvam, isto é, levar a viver em estética, para gozo continuado da vida e principalmente, dos "museus abertos, vivos e dinâmicos" que a vida e a natureza oferecem gratuitamente e a todo instante...

12. Desenvolver a tolerância diante dos pensamentos e ações que os outros possam apresentar. A vida é curta demais para se aceitar imposições ou caprichos de uns sobre outros. Mas que essa tolerância seja marcada pelo respeito ao próximo e que não seja utilizada para ultrajar, humilhar ou impor a sua própria vontade, como comumente se tem visto... Tolerância para se impor uma forma ou visão própria da vida e da realidade... Tolerância para que se imponha uma visão ideológica única... Não tolerância diante das mistificações e imposturas, mas tolerância para que cada um possa ser sincero e honesto para consigo mesmo e os seus semelhantes.

13. Possibilitar melhor conhecimento da sociedade e da natureza, a fim de melhor relacionar-se e melhor participar da vida comunitária, bem como, mais eficientemente utilizar-se do mundo físico sem. mutilá-lo. Isto é, a fim de mais consciente, eficiente e responsavelmente atuar em ambas.

14. Levar a apreender o transcendental nas mínimas coisas e nas múltiplas ocorrências da vida humana e da natureza, como forma de fugir ao banal e encontrar profundidade no cotidiano. Desenvolver mesmo atitude místico-filosófica de tentar ver por detrás das aparências... A busca de uma explicação maior, mais ampla, unificada desse turbilhão de unidades aparentemente isoladas e soltas diante do homem.

15. Formar o homem moral — Seja este, talvez, o objetivo maior da educação, por meio do qual os outros se tornam mais facilmente atingíveis. Formar o homem moral, o homem que sente compromissos consigo mesmo e com a sociedade, o que avalia as consequências dos seus atos, que cumpre a palavra empenhada, que confia, que respeita, que protege, que tenta compreender, que coopera, que tem o espírito aberto para todas as verdades, a fim de não ser injusto, e que é sensível ao que deve e ao que não deve fazer.

16. Predispor para o respeito ao próximo, como ponto de partida para o relacionamento com seus semelhantes. Não se pode imaginar relacionamento autêntico, sem a predisposição de respeito ao próximo. Fora dessa base, o relacionamento será mera conveniência e nunca procedimento que ajude em alguma coisa para a vida comunitária.

17. Informar formando — Fazer com que as atividades, áreas ou disciplinas marquem, concreta e claramente, as suas metas específicas ou instrucionais, para que o ensino possa efetivamente realizar-se e, com isso, possam ser as referidas metas atingidas e concretizadas, também, as metas da educação. Os melhores cuidados com os objetivos de ensino podem proporcionar melhor controle da aprendizagem, permitindo reajustes, quando necessários, para que os objetivos instrucionais e educacionais se efetivem no comportamento do educando, permitindo, então, que se forme o profissional eficiente e o cidadão participante e moral. E não esquecer que a fórmula geral da ação educativa deve ser: INFORMAR FORMANDO.





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NÉRICI, Imídeo G. “Objetivos da educação”. In:_________. Didática geral dinâmica. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1981. p. 24-27.

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