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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

ALUNA MONICA SOUZA, DO CURSO DE HISTÓRIA DAS FIC/RJ NOS ENVIA SEU MAIS NOVO TEXTO

O mundo da literatura de romance nos dias atuais (Monica de Souza )



O mundo literário Brasileiro nunca esteve tão aquecido de boas escritoras como agora, estamos vivendo um boom de talentosas e inspiradas mulheres e homens também que não deixam nada a dever para a literatura internacional.

Nas minhas circuladas pelo mundo das escritoras de romance, vi de tudo um pouco, desde de livros de mafiosas até verdadeiras sagas que encantam e nos levam a sonhar, A saga dos irmãos Estefanos conta a história de uma família de irmãos que cresceram nas ruas de New York e construíram um império e de suas respectivas vidas, um leitura que prende do inicio ao fim, que conquista seus leitores, não poderia falar de todas porque são muitas, e, isso porque estou falando de plataformas como Wattpad e Amazon, onde escritoras novatas expõem seus trabalhos de uma forma mais informal e que depois vão se moldando até chegar ao livro físico, é o que acontece com a maioria delas e com o sucesso de seus livros, nas minhas viagens pelos livros de romances encontrei tantas preciosidades, muita sensibilidade, alguns livros com conteúdo bem erótico, mas que não deixam de ser romances, temas sobre Bulling muito em voga nos dias de hoje, alguns livros sobre espiritismo incríveis,  vidas que se entrelaçam num universo, pouco divulgado e que nos nossos tão atribulados dias são um alento para fugir do estresse do nosso mundo e viajar nessas literaturas tão especiais, porque são nossas, produto 100% Brasileiro e temos que valorizar , porque a leitura é fundamental e apesar do mundo estar moderno demais com suas tecnologias, ler um livro , seja ele digital ou físico, ainda é o que há de melhor, portanto investir nessa forma de entretenimento, é uma boa forma de conhecer o mundo e pessoas sem sair do lugar.

ALUNO PETER LA RUBIA, DO CURSO DE LETRAS, PORT./LIT NOITE, DAS FIC/RJ, APRESENTA TRÊS DOS MAIS RECENTES TEXTOS DE SUA AUTORIA



FINAIS ALTERNATIVOS - VERSÃO 1 E 2

TEXTO SOBRE A ESCRITA CRIATIVA 

As universidades, a escrita criativa e a formação de escritores



FINAIS ALTERNATIVOS - VERSÃO 1 E 2
Feuc
Rio de Janeiro, 03 de Junho de 2017
Disciplina: Produção Textual – Professor: Erivelto Reis
Aluno: Peter Larrubia – 1º período Letras (Português/Literaturas)

Exercício: Criar um final alternativo para o conto “Venha ver o pôr do sol” de Lygia Fagundes Telles.

Antes do Amanhecer

            Raquel se deixou esvaecer junto às grades enferrujadas, a pele lisa das mãos provando a aspereza do cárcere. Ela tossiu forte, sentindo o gosto do sangue metálico na boca, não tinha mais forças para gritar, a garganta doía como se tivesse engolido pequenas lâminas. O ar pesado e bolorento preencheu seus pulmões com o bafo da morte. Frio e medo fizeram a moça encolher no canto empoeirado da escada, os pelos arrepiados e os dentes tiritando como se fossem quebrar. Quando Ricardo fechou a porta da igreja também levou consigo a luz. Tudo que restava era uma fresta, que de tão estreita, deixava que ela apenas intuísse o pôr do sol.
            As lágrimas desceram até secar. Quanto tempo tinha se passado? Meia hora? Uma? A exaustão embotou-lhe o desespero e, com ela, trouxe algum arremedo de fé (Cansaço e resignação são os pais da má esperança). Convenceu-se de que não precisava ter se atormentado. Era óbvio que Ricardo voltaria. Tudo não passava de uma lição. Meio exagerada. Mas talvez, merecida. Tentou falar em voz alta, pedindo a si mesma para manter a calma, mas estava tão rouca que não conseguiu ouvir a própria voz. Restava agarrar-se à fé.
            No entanto, o tempo se arrastou pelas paredes, inexorável. Através das frestas do portal da igreja sentiu o crepúsculo com os olhos semicerrados. A vida se extinguiu. O frio aumentou e tudo agora era breu, quase palpável, tão escuro que não fazia diferença se estava de olhos abertos ou fechados. Chorou de novo, até cair num sono frágil e desconfortável.
            Foi quando ouviu a explosão. Muito perto. Depois outra. Bombas? Paredes desabando? Depois outra e outra. E então uma sequência que levou vários segundos. E ela entendeu porque as ruas eram tão silenciosas e vazias quando chegaram ali. Era a final da copa do mundo. Todos estavam em casa, ouvidos colados ao rádio. Ninguém entraria naquele cemitério. Apodreceria naquele sepulcro, os fogos zombando de seu azar. Brasil teria sido campeão? Heleno teria feito gol? Não, Heleno não foi convocado. Heleno, o nome que Ricardo tinha escolhido para o filho deles. Ela chorou baixinho e rezou. Deus, não me abandone, eu não sabia o que fazia.
            Há quanto tempo foi? Ontem ou em outra vida?

            É incrível o que pode mudar em um ano. Seu mundo vira de cabeça para baixo e depois volta ao normal como num piscar de olhos. Mas nunca volta para o mesmo lugar.

            Ricardo sempre fazia amizade com crianças. Era um dom natural. Os sobrinhos de Raquel o adoravam, jogavam bola e futebol de botão, ele tinha uma paciência infinita. No segundo mês de namoro ele a pediu em casamento. Sonhava em constituir família e ter seus próprios pimpolhos. Ora, nem emprego ele tinha, vivia de bicos no comércio do tio. Raquel não respondeu, limitou-se a rir. Ele não insistiu. Quando assinou carteira como vendedor no mercado do centro, apareceu com uma pequena bola de futebol, dessas para bebês.
            – Ele vai trazer o primeiro caneco pra seleção!
            – Quem, Ricardo?
            – Heleno Albuquerque da Silva. O maior artilheiro do Brasil! Maior que o próprio Heleno de Freitas.
            – Do que você tá falando, seu louco?
            – Nosso bebezinho. Nosso filho.
            – Eu mereço. – Ela revirou os olhos – Nem vou me casar contigo, Ricardo, ainda mais ter um filho. Volte a estudar, faça uma faculdade de direito ou medicina. Seja homem de verdade. Aí, talvez, eu pense em alguma coisa.
            Mas Raquel tinha um fraco além do usual para os desejos da carne. Mantinha relações com Ricardo (só ele?) sem cuidados. Pouco mais de três meses depois sua menstruação, que era pontual, não veio.
            – Mas isso é ótimo, amor!
            – Ótimo? Só se eu fosse maluca!
            Ele escondeu os olhos marejados, aqueles olhos lisos e juvenis. Um misto de felicidade e raiva.
            – Eu assinei a carteira. Coisas boas virão. Uma criança vai mudar nossa vida.
            Ela se exasperou com a imaturidade e presunção de Ricardo. Logo ela, Raquel de Ávila Albuquerque, ia se misturar com Ricardo da Silva? Devolveu, irritada:
            – E tem mais, como você sabe que é seu?
            O rosto dele se transformou em algo branco e vazio. Depois se preencheu de puro ódio. Socou a janela e sangue escorreu pelo punho, desceu pelo antebraço e pingou no chão. Raquel soltou uma interjeição de medo e se encolheu. Ele olhou em volta, deu as costas e saiu.
           Duas semanas se passaram e Raquel fugia de Ricardo. Dizia que não estava, saía pelos fundos, se esquivava. Até que ele a cercou quando voltava sozinha do trabalho.
            – Não importa. Se sou eu quem vai criar, então é meu.
            – Você é mesmo louco.
            – Por te amar? Por amar nosso filho?
            Ela balançou a cabeça com força, demonstrando uma incredulidade exagerada.
            – Esquece isso tudo. Eu não devia ter falado contigo.
            – Não posso esquecer. Eu te amo. Eu amo nosso filho.
            Ela até tinha medo dele, mas a irritação provocou uma raiva muito mais forte do que qualquer temor. Só queria se livrar da situação, e a única maneira era contar logo:
            – Olha só, Ricardo, olha para mim – Ela pegou a cabeça do rapaz com as palmas das mãos – Eu acabei com tudo.
            Ele não entendeu. Ela teve que continuar:
            – Não tem mais. Entendeu? – Ela esperou uma resposta, mas ele limitou-se a encarar os olhos da moça sem esboçar reação – Eu acabei com tudo.
            Ele agarrou os pulsos de Raquel com força. Tanta força e por tanto tempo que ela sentiu as mãos ficarem dormentes.
            – Me solta! – Ela tentou reagir.
            – O que você tá dizendo sua filhinha de papai mimada? – Os olhos dele começaram a mudar, como se tivessem envelhecido – Sua rameira, meretriz!
            Ela só queria ir embora. Só queria que ele morresse. Mas ele insistia em ficar no caminho. Insistia em atrapalhar. Foi divertido por um tempo. Ele era bom de cama, sim, certamente o melhor, mas só isso. Não dava para entender essas atitudes de Ricardo. Por que não a deixava em paz? Ela só queria uma saída, qualquer coisa, e naquele momento, a verdade era a melhor das armas:
            – Acabou, Ricardo. Não tem mais nada entre a gente. Nenhum elo. Acha mesmo que eu ia deixar você destruir minha vida? Acabou!
            Mas ele, além de pobre, era burro, insistiu em atrapalhar, em atravancar sua vida, em não entender.
            – Acabou o que, Raquel?
            Ela puxou os braços com toda a força, as mãos dormentes, quase mortas, os olhos manchados de raiva. Como ela odiava a si mesma por se envolver com Ricardo, como ela odiava esse proletariadozinho.
            – Acabou, idiota! Eu matei o seu filho.

             E pela primeira vez, aquela pele lisa e juvenil em volta dos olhos do rapaz se contraiu em rugazinhas que misturavam ódio, frustração, malícia e dor.


Feuc
Rio de Janeiro, 03 de Junho de 2017
Disciplina: Produção Textual – Professor: Erivelto Reis
Aluno: Peter Larrubia – 1º período Letras (Português/Literaturas)
Exercício: Criar um final alternativo para o conto “Venha ver o pôr do sol” de Lygia Fagundes Telles.

RUGAS
(Peter LaRubia)

Ricardo sempre fazia amizade com crianças. Era um dom natural. Os sobrinhos de Raquel o adoravam, jogavam bola e futebol de botão, ele tinha uma paciência infinita. No segundo mês de namoro ele a pediu em casamento. Sonhava em constituir família e ter seus próprios pimpolhos. Ora, nem emprego ele tinha, vivia de bicos no comércio do tio. Raquel não respondeu, limitou-se a rir. Ele não insistiu. Quando assinou carteira como vendedor no mercado do centro, apareceu com uma pequena bola de futebol, dessas para bebês.
– Ele vai trazer o primeiro caneco pra seleção!
– Quem, Ricardo?
– Heleno Albuquerque da Silva. O maior artilheiro do Brasil! Maior que o próprio Heleno de Freitas.
– Do que você tá falando, seu louco?
– Nosso bebezinho. Nosso filho.
– Eu mereço. – Ela revirou os olhos – Nem vou me casar contigo, Ricardo, ainda mais ter um filho. Volte a estudar, faça uma faculdade de direito ou medicina. Seja homem de verdade. Aí, talvez, eu pense em alguma coisa.
Mas Raquel tinha um fraco além do usual para os desejos da carne. Mantinha relações com Ricardo (só ele?) sem cuidados. Pouco mais de três meses depois sua menstruação, que era pontual, não veio.
– Mas isso é ótimo, amor!
– Ótimo? Só se eu fosse maluca!
Ele escondeu os olhos marejados, aqueles olhos lisos e juvenis. Um misto de felicidade e raiva.
– Eu assinei a carteira. Coisas boas virão. Uma criança vai mudar nossa vida.
Ela se exasperou com a imaturidade e presunção de Ricardo. Logo ela, Raquel de Ávila Albuquerque, ia se misturar com Ricardo da Silva? Devolveu, irritada:
– E tem mais, como você sabe que é seu?
O rosto dele se transformou em algo branco e vazio. Depois se preencheu de puro ódio. Socou a janela e sangue escorreu pelo punho, desceu pelo antebraço e pingou no chão. Raquel soltou uma interjeição de medo e se encolheu. Ele olhou em volta, deu as costas e saiu.
Duas semanas se passaram e Raquel fugia de Ricardo. Dizia que não estava, saía pelos fundos, se esquivava. Até que ele a cercou quando voltava sozinha do trabalho.
– Não importa. Se sou eu quem vai criar, então é meu.
– Você é mesmo louco.
– Por te amar? Por amar nosso filho?
Ela balançou a cabeça com força, demonstrando uma incredulidade exagerada.
– Esquece isso tudo. Eu não devia ter falado contigo.
– Não posso esquecer. Eu te amo. Eu amo nosso filho.
Ela até tinha medo dele, mas a irritação provocou uma raiva muito mais forte do que qualquer temor. Só queria se livrar da situação, e a única maneira era contar logo:
– Olha só, Ricardo, olha para mim – Ela pegou a cabeça do rapaz com as palmas das mãos – Eu acabei com tudo.
Ele não entendeu. Ela teve que continuar:
– Não tem mais. Entendeu? – Ela esperou uma resposta, mas ele limitou-se a encarar os olhos da moça sem esboçar reação – Eu acabei com tudo.
Ele agarrou os pulsos de Raquel com força. Tanta força e por tanto tempo que ela sentiu as mãos ficarem dormentes.
– Me solta! – Ela tentou reagir.
– O que você tá dizendo sua filhinha de papai mimada? – Os olhos dele começaram a mudar, como se tivessem envelhecido – Sua rameira, meretriz!
Ela só queria ir embora. Só queria que ele morresse. Mas ele insistia em ficar no caminho. Insistia em atrapalhar. Foi divertido por um tempo. Ele era bom de cama, sim, certamente o melhor, mas só isso. Não dava para entender essas atitudes de Ricardo. Por que não a deixava em paz? Ela só queria uma saída, qualquer coisa, e naquele momento, a verdade era a melhor das armas:
– Acabou, Ricardo. Não tem mais nada entre a gente. Nenhum elo. Acha mesmo que eu ia deixar você destruir minha vida? Acabou!
Mas ele, além de pobre, era burro, insistiu em atrapalhar, em atravancar sua vida, em não entender.
– Acabou o que, Raquel?
Ela puxou os braços com toda a força, as mãos dormentes, quase mortas, os olhos manchados de raiva. Como ela odiava a si mesma por se envolver com Ricardo, como ela odiava esse proletariadozinho.
– Acabou, idiota! Eu matei o seu filho.
            E pela primeira vez, aquela pele lisa e juvenil em volta dos olhos do rapaz se contraiu em rugazinhas que misturavam ódio, frustração, malícia e dor.


As universidades, a escrita criativa e a formação de escritores

Peter Larrubia


Tenho feito três perguntas para professores universitários, entre eles mestres e doutores, de diversas instituições publicas e privadas da área de Letras:
1) Por que a disciplina Escrita Criativa é praticamente ausente da grade de Letras?
2) Por que, a exemplo do curso de música que forma músicos, de Artes plásticas que forma artistas plásticos, e assim por diante, o curso de letras não forma escritores?
3) É possível ensinar a escrever?
Para a terceira pergunta a reposta foi praticamente unânime: sim. A exemplo do curso de jornalismo, a escrita fluida e atraente pode ser aprendida como um pintor aprende a combinar cores. As divergências começam a surgir quando essa escrita é a de ficção. Voltarei a esse ponto nevrálgico ao final do texto. Por hora, vamos nos deter aos argumentos para as duas primeira perguntas. Elas podem ser encaradas sob três perspectivas: a cultural, a institucional e a pessoal.
A cultural diz respeito aos costumes petrificados no Brasil que nos remetem ao imaginário popular do artista como possuidor de um dom inato. Onde, não só esse dom não pode ser ensinado, mas quem o possui não precisa estudar para aprimora-lo. Vem-me à mente a famigerada frase do jogador de futebol, Romário, “Treinar pra quê, se eu já sei o que fazer?”. E esse jogador é hoje senador da nossa republica. O que diz muito sobre nosso país. No momento, não vou me deter nos porquês, mas tenho convicção de que essa cultura não só é errônea, mas, prejudicial.
A perspectiva institucional diz respeito à história do nascimento das universidades e dos cursos de Letras. Seus fundadores eram críticos, e não escritores. Portanto, carregamos esse legado que foca os estudos universitários em linguística e teoria literária até hoje.
Sobre o ensino e prática da escrita criativa na faculdade sob as perspectivas pessoais, as principais dúvidas que surgiram foram:
- Como julgar a produção do aluno? A resposta vem com outra pergunta: como fazem nos cursos de música e artes plásticas? Bem, vamos ate lá para ver de perto.
- Como chancelar que um aluno tornou-se escritor? Repito a resposta anterior e complemento informando que a PUC do Rio de Janeiro já oferece o curso​ de formação em escritor. como eles procedem? Lembro também que os EUA já fazem isso há décadas. Pesquisemos.
- O contato com grandes escritores e com teoria de nível muito complexo funcionariam como inibidores do aluno que pretende escrever? Claro que não! Estatisticamente pode até existir uma minoria que se sinta intimidada, mas esses já iriam desistir diante de quaisquer outros percalços. A leitura de grandes escritores só vai servir como fonte de pesquisa e inspiração. E o contato com grandes críticos só vai gerar o conhecimento e o rigor necessário para a formação de futuros bons profissionais da escrita de ficção.
Sócrates disse: quem conta histórias rege a sociedade. Hollywood e a indústria da TV perceberam isso há muito tempo. Hoje a China investe massivamente em cinema. A Argentina começou a colocar o cinema como matéria no ensino fundamental. As bienais do livro são testemunhas de verdadeira histeria coletiva por livros: crianças, jovens e adultos devorando histórias e adorando autores. A demanda por cursos e manuais de EC é enorme. Por que a academia de Letras deveria ficar de fora dessa história? (Perdoem o trocadilho).
Não é só uma questão de oportunidade, mas de um dever institucional e intelectual. As universidades devem, diante dessa enxurrada de cursos e manuais de escrita, participar ativamente da formação de escritores e contadores de histórias, garantindo e fomentando uma formação adequada e uma produção de qualidade.


quinta-feira, 22 de junho de 2017

Aluno Ayrton de Almeida Areas, de Port./Ing. escreve um final alternativo para o Conto de Lygia F. Telles

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE
FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES (FIC/RJ)
OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS

Prof. Me. Erivelto Reis

  
FINALIZAÇÃO DO CONTO “VENHA VER O PÔR DO SOL”
Por: Ayrton de Almeida Areas



ALUNO: 17.0100-38
Licenciatura em Letras Português/Inglês – Turno: Noite

  
Rio de Janeiro
2017.1



Após gritar desesperadamente por ajuda e se arrepender de seus atos, Raquel soltou a mão da poderosa vidente que tinha ido consultar para saber o que o futuro lhe reservava.
— Não seja estúpida, pobre mulher. Isso não passa de uma visão. O futuro é moldável e muda de acordo com seus atos — disse a cartomante velha.

                 

Na manhã daquele mesmo dia, Ricardo foi à casa de Raquel e a convidou para um pequeno passeio com o intuito de resolver alguns assuntos do passado, mas a dama falou que pensaria a respeito do convite e que iria até o seu local de trabalho para informá-lo de sua decisão.
Desconfiada e com medo do que estava por vir, ela resolveu dar uma passadinha na tenda de uma cigana que estava pela cidade. Ao chegar lá, teve uma visão tão realista da qual jamais se esqueceria.
Saiu tremendo do local no qual encontrara a cartomante e decidiu não contar sua decisão a Ricardo como se ele nunca tivesse ido convidá-la. Agora, Raquel estava com receio do que poderia acontecer com ela se continuasse a tratar as pessoas como lixo, afinal, tinha amor à sua vida.


Aluna Layssa Salomão Gomes da Silva de Port./Ing. noite escreve final alternativo: "O desfecho", para o Conto Venha Ver o Pôr-do-Sol, de Lygia F. Telles

Fundação Educacional Unificada Campograndense
Aluna: Layssa Salomão Gomes da Silva
Letras- Port./Ing.              Turno: Noite
2017.1 


O desfecho...

     O pôr-do-sol já não brilhava mais. Ricardo foi embora do cemitério tarde da noite e com os pensamentos muito conturbados. Ao atravessar a rua não teve a percepção de que vinha um carro em alta velocidade e o atropelou.
     - Socorro! Raquel me ajuda? Dizia Ricardo com sua voz quase desaparecida.
     - Oh não! Você está bem? Disse-lhe o motorista que o atropelou.
     - Salve a Raquel e diga que o dinheiro não pode comprar outra vida e nem te ajudar quando você se encontrar sozinho a mercê da morte. Eu a amo! E então se deu seu último suspiro.
     O motorista apavorado com a situação deixou o corpo de Ricardo estendido no chão, ligou para a polícia anonimamente e fugiu.
     Ao amanhecer, os policiais já se encontravam presente no local, cobriram o corpo de Ricardo com um saco plástico preto e perceberam que ele vinha carregando uma chave em sua mão. Ao perceber a movimentação e escutar a sirene da polícia, Raquel começara a gritar euforicamente, tirando forças de onde já não tinha, começara a esmurrar a porta do jazido para que os oficiais ouvissem.
     - Socorro! Por favor! Socorro!
     - Ouçam! Parece ter alguém nesse cemitério abandonado!
     - Sim, estou ouvindo! Está pedindo socorro.
     - Vocês fiquem aqui, vou até lá.
     E então o policial foi até o local onde se encontrava Raquel. Ao chegar lá lhe perguntou:
     - O que estás fazendo aqui uma hora dessa senhorita?
     - Me trancaram aqui, por favor, me tire daqui, me tire daqui!
     - Afaste-se vou ter que atirar na fechadura da porta.
     Raquel se afastou, o policial pegou sua arma e atirou. E então a porta se abriu, Raquel o agradeceu e já sem esperanças suplicou:
     - Me tire daqui, quero ir para casa!
     O policial levou Raquel para o local do acidente e Raquel entrou em pânico mesmo sem ver o rosto do corpo que estava esticado no chão, ela gritava:
     - Ricardo! Ricardo! Por quê?
     Os policiais sem entender a chamaram para conversar, e ela explicou desde o início tudo o que tinha acontecido. Chateada e horrorizada com o fato, Raquel avisou aos familiares de Ricardo e ao avisar ao seu marido, ela disse-lhe:
     - Quero fazer o velório de Ricardo neste cemitério.
     - Mas este está abandonado há anos. Disse o marido.
     - Você, com todo esse dinheiro resolva isso!
     E o corpo foi levado pela funerária para ser preparado, e em um dia o marido de Raquel, contratou operários e coveiros para preparar o cemitério. E Ricardo foi enterrado no cemitério em que tanto adorava.
     - Você está vivo dentro de mim. Dizia Raquel, toda vez que passara pelo cemitério funcionando normalmente.