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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Aluno Michel do Carmo do 1º período de Português/Inglês produz final alternativo para o texto de Lygia Fagundes Telles


Final alternativo de Venha ver o Pôr-do-sol
(Por Michel do Carmo)
Ao chegar à pensão em que morava de aluguel, Ricardo não parou de pensar um minuto sequer em Raquel, a amada de sua juventude. Lembrou-se dos bons momentos que passaram juntos, das aventuras, do período de intensa paixão. Repentinamente, foi tomado de um grande remorso por ter abandonado-a naquela catacumba sombria e abandonada. Já era noite, a ocasião era inoportuna para regressar ao local onde deixara sucumbir o grande amor da sua adolescência.
Quando o relógio marcava cinco horas da manhã, Ricardo saltou da cama, onde não conseguiu pregar os olhos, pensando na noite de horror, medo e frio que Raquel enfrentara, como consequência de sua vingança e ato de loucura. Saiu da pensão às pressas, sendo observado pela senhora que ele chamava de Medusa, a dona do estabelecimento, que nada falou, apenas fitou-lhe os olhos, com um ar de curiosidade, espanto e indagação.
Raquel, por sua vez, também nada dormira. Entre choros e lamentações, passou a noite horrenda acordada, com receio de olhar até mesmo para o lado, temendo deparar-se com uma assombração. Quando aproximava-se a alvorada, irmã do amanhã, uma fresta fresca de sol invadia o cubículo da catacumba, iluminando e trazendo um pouco de esperança.
-Ah! Louco varrido, desgraçado, miserável! Quis vingar-se pelo fato de ter sido preterido por mim. É assim que esse doido quer provar-me seu eterno amor, como sempre me dizia? - indagava Raquel.
Ricardo então chega ao local do seu crime perfeito. A tentativa frustrada de acabar com a vida daquela que um dia o abandonou, fora então jogada por terra. Raquel ouve passos, sente a atmosfera favorável, como quem nunca deixou de acreditar que poderia se reverter aquela constrangedora situação. Totalmente envergonhado, Ricardo adentra o jazigo, desce as escadas.
- Ricardo, seu louco! Tira-me daqui! Perdeu o juízo, seu moleque!
- Voltei Raquel! Esse abandono, de apenas algumas horas, era pra te fazer entender o que senti nesses anos em que fui abandonado por ti.
- Como assim, Ricardo?
- Pois é, Raquel! Ser esquecido e preterido por quem se ama é uma das dores mais angustiantes que alguém pode sentir. Você sentiu a dor do abandono, do desprezo, da angústia, do medo e da solidão? Então, Foi exatamente assim que me senti, todos esses anos.
Os dois saem daquele cemitério com o coração totalmente dilacerado, cada um à sua maneira. Não trocam mais uma palavra sequer. Um silêncio ensurdecedor toma conta daquele lugar. Ao descer aquela ladeira, Raquel toma o primeiro táxi que aparece na estrada e Ricardo toma o seu rumo à pé. Ali, ele finalmente decide seguir a sua vida, na estrada do sofrer, entendendo que era chegado o fim daquele conto de fadas. Acabou-se a ilusão. Já não havia mais como seguir os passos daquela que escolheu viver para sempre longe da sua paixonite, dos tempos áureos da juventude. Acabou.


Créditos
Michel do Carmo

Estudante de Letras, do 1º período.
Além de futuro educador, é também cantor, compositor e poeta.

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