1. Quando começou a escrever poesia?
Eu nasci poeta. Mas só aos 9 anos de idade descobri que aquilo que eu fazia por paixão, inclusive quando escrevia, se chamava poesia. Então, considero essa a data inicial.
2. Quais são seus/suas poetas preferidos?
Manoel de Barros, Viviane Mosé e Rupi Kaur
3. O que é Literatura pra você?
É um transplante de força energética de uma pessoa para outra, através da escrita.
4. Como é seu processo de escrita?
Estou começando agora a ter uma rotina mais regrada para escrita, mas com as poesias, eu sempre escrevi no momento em que viesse a inspiração. Muitas vezes tive que parar o que estava fazendo, correr para pegar papel e caneta pois as palavras insistiam em sair como uma forte enxurrada de sentimentos querendo vir à tona. É quase uma necessidade fisiológica.(risos)
5. Pretende usar a poesia de maneira atuante em suas práticas como futura professora?
Não planejo nada, apenas procuro viver cada dia da melhor maneira possível e sim, a poesia sempre faz os meus dias serem melhores. Considero importante a sua atuação em tudo o que faço.
A inadequada
Existia uma menina
que a nada se adaptava,
desde pequenina
ela destoava.
Ser sempre diferente
muitas vezes a chateava.
Pra parecer com toda a gente,
de tudo experimentava.
Desde capa de adulto
a sapato de criança,
desde o livro mais culto
a discursos de esperança.
Tudo era para ela
uma oportunidade de tentar.
Vivia de sentinela
a espera de achar um lar.
Mas nada a completava
e quanto mais procurava
mais confusa ficava.
Quem sou eu?
Questionava.
Sabia que era forte
mas parecia tão frágil,
na calma tinha mais sorte
mas ela queria ser ágil
porque o mundo lhe dizia
que era preciso correr
e que na vida só vencia
quem na pressa tinha poder.
Há que se adaptar a pressão
e se adequar ao padrão.
Há que aceitar a convenção
e nem pense em dizer não!
Ela não entendia o porquê
mas a maioria aceitava.
Então, fazer o que?
Assim que o mundo funcionava.
E com esse pensamento
mais uma vez ela arriscava.
Engolia o descontentamento
e à guerra se alistava.
Era o certo a fazer,
o mundo lhe afirmava.
E mesmo sem compreender
ela se entregava.
Um dia ao regressar
de mais uma luta indesejada,
com lágrimas a rolar
e a alma toda quebrada,
ela olhou para as feridas
recém magoadas
e para as cicatrizes adquiridas
nas batalhas passadas
e resolveu dar um basta
e abandonar a arena,
tanta energia havia sido gasta
em algo que não valia a pena.
A menina resolveu aceitar
que não poderia se adaptar
e que não ser igual
não era assim tão mal.
Agora ela podia escolher
o seu próprio caminho
e passou a entender
que ela era seu próprio ninho.
Assim ganhou a liberdade
de voar quando bem quer
e a possibilidade
de saber quem ela é.
Dizem que atualmente
já não se sente envergonhada
em responder prontamente
quando é questionada,
afirmando sempre contente:
Eu sou a inadequada!
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