Quem sou eu

Minha foto
Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

domingo, 22 de junho de 2025

FAIXA 1 - VOLUME 2 - A COR DA LIBERDADE - JORGE DE SENA - Poesia Portuguesa MusIcAda - Produzido por Erivelto Reis

FAIXA 1 - VOLUME 2 

A COR DA LIBERDADE - JORGE DE SENA 

Poesia Portuguesa MusIcAda - Produzido por Erivelto Reis

Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis - Poesia Portuguesa MusIcAda (2025)

Idealização e Produção: Erivelto Reis 

 







 

Acessem:

 

 

 

 

 

 

 Poemas da Literatura Portuguesa musIcAdos com recursos de IA, visando à formação de público leitor. Produzido e Idealizado pelo Prof. Erivelto Reis - 2025. Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis. Idealização, Repertório e Produção: Erivelto Reis Ficha técnica: Imagens criadas com Prompts no Copilot e Gemini: Azulejos portugueses como capas de discos de vinil. A correlação entre a poesia portuguesa e sua materialização através do design dos azulejos que remetem à história e à cultura de Portugal e o vinil como elemento-símbolo da música numa alusão ao tempo outro menos tecnológico e mais artesanal. Edição de áudio: Programa Audacity Produção de vídeo: Programa Canva Imagens produzidas com recursos de IA: Gemini e Copilot Produção das canções: Suno IA Poesia Portuguesa MusIcAda - Volume 2 [abril/maio - 2025] (Projeto educacional - audiolivro - sem fins lucrativos) A COR DA LIBERDADE JORGE DE SENA – 1959 Não hei-de morrer sem saber Qual a cor da liberdade. Eu não posso senão ser Desta terra em que nasci. Embora ao mundo pertença E sempre a verdade vença, Qual será ser livre aqui, Não hei-de morrer sem saber. Trocaram tudo em maldade, É quase um crime viver. Mas embora escondam tudo E me queiram cego e mudo, Não hei-de morrer sem saber Qual a cor da liberdade. O poema "A Cor da Liberdade", escrito por Jorge de Sena em 1959, é uma poderosa e concisa manifestação do anseio por liberdade em um contexto de opressão. Carrega uma profundidade temática e uma intensidade lírica que o tornam emblemático da fase de resistência do autor à ditadura salazarista em Portugal. Contexto Histórico e Biográfico Para compreender a plena ressonância de "A Cor da Liberdade", é crucial situá-lo no seu contexto histórico. O ano de 1959 marca um período de intensa repressão política em Portugal sob o regime do Estado Novo, liderado por António de Oliveira Salazar. A censura era implacável, a polícia política (PIDE) atuava com mão de ferro, e a liberdade de expressão, de associação e de pensamento eram severamente cerceadas. Nesse ambiente, muitos intelectuais e artistas, como Jorge de Sena, sentiam-se sufocados e compelidos a se manifestar, muitas vezes de forma velada ou simbólica, contra o sistema. Jorge de Sena (1919-1978) foi um dos maiores nomes da literatura portuguesa do século XX. Poeta, crítico, ensaísta, tradutor e professor universitário, a sua obra é marcada por uma vasta erudição, um profundo humanismo e um engajamento cívico inabalável. Viveu em exílio voluntário a partir de 1959 (ano de publicação deste poema), primeiro no Brasil e depois nos Estados Unidos, uma decisão diretamente ligada à sua incompatibilidade com o regime salazarista e à busca por um espaço de liberdade intelectual e política. O exílio, a ausência de liberdade e a nostalgia de Portugal são temas recorrentes em sua poesia, e "A Cor da Liberdade" é um prenúncio ou um eco dos sentimentos que o levariam a essa decisão. O poema surge como um grito de inconformismo e uma promessa pessoal de não ceder à escuridão da tirania. Análise Formal "A Cor da Liberdade" é composto por três estrofes, sendo a primeira e a última quadras (quatro versos) e a estrofe central um quinteto (cinco versos). • Rima e Métrica: O poema não segue um esquema de rima ou métrica rígidos e tradicionais, o que é característico de grande parte da poesia moderna, incluindo a de Sena. A rima funciona mais para criar uma cadência e um sentido de unidade do que para impor uma forma estrita. A irregularidade da rima pode ser vista como um reflexo da própria irregularidade e imprevisibilidade da vida sob a opressão. A métrica também é livre, mas há uma predominância de versos curtos, que contribuem para a intensidade e o impacto da mensagem. A escolha por uma forma menos convencional reflete a modernidade de Sena e sua recusa em se prender a padrões que poderiam engessar a expressão de sentimentos tão urgentes. • Refrão e Repetição: O elemento formal mais marcante é a repetição do verso "Não hei-de morrer sem saber" e, nas estrofes inicial e final, a complementação "Qual a cor da liberdade". Essa repetição funciona como um refrão insistente, um juramento solene do eu lírico. Ela sublinha a obstinação e a determinação em desvendar a essência da liberdade, mesmo sob as condições mais adversas. O refrão confere ao poema um tom de lamento e, ao mesmo tempo, de promessa irredutível. É uma declaração de resistência que ecoa na mente do leitor. • Pontuação e Ritmo: A pontuação, com o uso de vírgulas e pontos finais no meio das linhas, contribui para um ritmo pausado, que permite ao leitor absorver a gravidade de cada afirmação. Os enjambements (continuação da frase de um verso para o outro, como em "Eu não posso senão ser / Desta terra em que nasci") são raros, conferindo um caráter mais assertivo e fragmentado às ideias, cada verso quase como uma sentença em si.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário