Quem sou eu

Minha foto
Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

domingo, 22 de junho de 2025

FAIXA 2 - VOLUME 2 - UM POETA BARROCO - ANA HATHERLY - Poesia Portuguesa MusIcAda - Produzido por Erivelto Reis

FAIXA 2 - VOLUME 2  

UM POETA BARROCO - ANA HATHERLY 

Poesia Portuguesa MusIcAda - Produzido por Erivelto Reis

Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis - Poesia Portuguesa MusIcAda (2025)

Idealização e Produção: Erivelto Reis

 



 

Acessem:

 

 

Poemas da Literatura Portuguesa musIcAdos com recursos de IA, visando à formação de público leitor. Produzido e Idealizado pelo Prof. Erivelto Reis - 2025. Poesia Portuguesa MusIcAda - Volume 2 [maio/junho - 2025] (Projeto educacional - audiolivro - sem fins lucrativos) Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis. Idealização, Repertório e Produção: Erivelto Reis Ficha técnica: Imagens criadas com Prompts no Copilot e Gemini: Azulejos portugueses como capas de discos de vinil. A correlação entre a poesia portuguesa e sua materialização através do design dos azulejos que remetem à história e à cultura de Portugal e o vinil como elemento-símbolo da música numa alusão ao tempo outro menos tecnológico e mais artesanal. Edição de áudio: Programa Audacity Produção de vídeo: Programa Canva Imagens produzidas com recursos de IA: Gemini e Copilot Produção das canções: Suno IA UM POETA BARROCO - ANA HATHERLY Um poeta barroco disse: As palavras são As línguas dos olhos Mas o que é um poema Senão Um telescópio do desejo Fixado pela língua? O voo sinuoso das aves As altas ondas do mar A calmaria do vento: Tudo Tudo cabe dentro das palavras E o poeta que vê Chora lágrimas de tinta. Ana Hatherly: Uma Mestra da Inovação Artística e Literária Ana Hatherly (1929-2015) foi uma das mais importantes e multifacetadas artistas e intelectuais portuguesas do século XX e início do XXI. Sua obra abrangeu a poesia, a prosa, o ensaio, a pintura, o cinema experimental e a teoria da arte, sempre marcada por uma profunda experimentação e um espírito inovador. Nascida no Porto, Hatherly teve uma formação cosmopolita, estudando música, cinema e arte em Londres, Bruxelas e Nova Iorque. Essa bagagem diversificada foi crucial para a amplitude de sua produção artística. No campo da literatura, destacou-se pela sua poesia visual e experimental, rompendo com as convenções linguísticas e explorando a dimensão gráfica da palavra. Sua obra poética é frequentemente associada à poesia concreta e à poesia experimental, questionando os limites da linguagem e da representação. Alguns de seus livros mais emblemáticos incluem Anagramas (1970), Tiphareth (1978) e O Mestre de Aviz (1998). Como artista plástica, Ana Hatherly foi pioneira em Portugal na arte conceitual e no uso da escrita como imagem. Suas pinturas e instalações muitas vezes incorporavam textos, caligrafias e símbolos, diluindo as fronteiras entre as disciplinas. Além de sua produção artística, Hatherly foi uma renomada teórica e ensaísta. Suas investigações sobre o Barroco, a arte oriental e as relações entre arte e pensamento foram fundamentais para a crítica e a academia. Ela lecionou em diversas universidades, incluindo a Universidade Nova de Lisboa, onde fundou o Centro de Estudos de Poesia Experimental. Ao longo de sua carreira, recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos, consolidando seu lugar como uma figura central na cultura portuguesa e internacional. Ana Hatherly deixou um legado de constante busca pela inovação, desafiando as categorizações e expandindo os horizontes da criação artística e literária. A Palavra como Ponte entre o Interior e o Exterior O poema inicia com uma definição instigante: "As palavras são / As línguas dos olhos". Essa metáfora sugere que as palavras não são apenas veículos de comunicação, mas também a expressão visível do que os olhos (e, por extensão, a alma) percebem e sentem. Há uma fusão entre o sentido da visão e a capacidade de verbalizar, indicando que a linguagem é a manifestação daquilo que vemos e apreendemos do mundo. Aqui, a metáfora do telescópio é central. Assim como um telescópio amplia e aproxima o distante, o poema é apresentado como um instrumento que permite perscrutar e expandir o universo do desejo humano. O desejo, no contexto barroco, pode ser entendido em suas múltiplas facetas: o anseio pelo divino, a paixão terrena, a busca pelo conhecimento, a inquietação existencial. A ideia de que esse telescópio é "fixado pela língua" reforça a capacidade da linguagem poética de moldar e dar forma a esses anseios profundos. A Totalidade do Mundo Abrigada na Linguagem A terceira estrofe expande o alcance das palavras: "O voo sinuoso das aves / As altas ondas do mar / A calmaria do vento: / Tudo / Tudo cabe dentro das palavras". Essa anáfora do "tudo" enfatiza a onipotência da linguagem poética. Elementos da natureza em movimento e em repouso são elencados para ilustrar que a complexidade, a beleza e a efemeridade do mundo material podem ser contidas e expressas pela palavra. A linguagem se torna um receptáculo universal, capaz de abrigar a totalidade da experiência humana e natural. 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário