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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Análise do Poema de Camões - Aluno Alex marques 5º período manhã

Análise do Soneto de Camões

Nome: Alex Marques de Melo
Curso: Letras – Português/Literaturas – 5°período
Matéria: Literatura Portuguesa – Poesia
Prof.°: Erivelto Reis

Soneto

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento Etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Algũa cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

                                             
Luís Vaz de Camões


Análise

Neste soneto de Camões, percebe-se que o eu-lírico declama a perda da pessoa amada que partiu muito nova: “Alma minha gentil, que te partiste/Tão cedo desta vida descontente”, “Roga a Deus, que teus anos encurtou// Quão cedo de meus olhos te levou”.
Ao longo do poema, o eu-lírico descreve a pessoa como uma alma pura e gentil, o que leva a crer que o amor perdido é uma mulher e quem chora a sua ausência é uma voz masculina.
Nota-se no poema uma típica oposição entre Céu e Terra, mundo carnal e mundo das ideias, carne e espírito, que faz lembrar muito o Barroco. Esse conflito serve para denotar a distância do amante para o ser amado, que, através da morte prematura, se torna inacessível, o que lembra também a Geração do Mal do Século: “Repousa lá no Céu eternamente,/E viva eu cá na terra sempre triste”. Assim, a paixão e o desejo carnal “daquele amor ardente” se convergem em um amor platônico, sentimento de contemplação e de pureza vista pelos olhos do eu-lírico (2ª estrofe, verso 4).
É importante se registrar que o amante também espera que sua amada se lembre dele lá no “assento Etéreo”, rompendo com os limites impostos entre o mundo real e o dos espíritos: “Se lá no assento Etéreo, onde subiste,/Memória desta vida se consente,/Não te esqueças daquele amor ardente,/Que já nos olhos meus tão puro viste”.
O poema é marcado por inversões: “Alma minha gentil, que te partiste”, “Roga a Deus, que teus anos encurtou,/Que tão cedo de cá me leve a ver-te,/Quão cedo de meus olhos te levou.”; verbos no Modo Imperativo: “Repousa lá no Céu”, “E viva eu cá”, “Não te esqueças”, “Roga a Deus”; advérbios de intensidade de modo que não se possa marcar o tempo como “tão”, “eternamente” e “sempre”; e verbos na 2ª pessoa do Presente do Indicativo, indicando que, para o eu-lírico, só existe ele e a sua amada: “te partiste”, “subiste”, “viste”.
Por fim, o eu-lírico pede que a mulher amada peça a Deus para que tire sua vida cedo, porque aí poderá se juntar ao seu amor e, assim, viverem eternamente no mundo etéreo.



quarta-feira, 12 de novembro de 2014

CURSO DE LETRAS APRESENTA SUAS PRODUÇÕES NA ÁREA DE PESQUISA E SE DESTACA DURANTE O XVII FÓRUM DA FEUC

Fórum de Educação, Ciência e Cultura: a ousadia em pauta

O tradicional evento transdisciplinar da FEUC este ano passou em revista uma série de projetos e trabalhos de alunos, professores e convidados que estão se debruçando sobre dificuldades da educação e contribuindo para tornar a atividade docente mais pulsante e reflexiva
Por Tania Nevesemfoco@feuc.br
Com o tema “Educação e ousadia: teoria e prática em projetos emancipatórios”, o XVII Fórum de Educação, Ciência e Cultura proporcionou, no último dia 1 de novembro, um daqueles sábados memoráveis para a FEUC: encontros fantásticos de professores e alunos debatendo temas de alta relevância para o Magistério, assim como apresentações emocionantes de trabalhos que nossos licenciandos vêm desenvolvendo no âmbito da Iniciação Científica e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/Capes).
Para introduzir a plateia no clima que se pretendia para a jornada, a professora Célia Neves, coordenadora do evento e do curso de Ciências Sociais, apresentou o vídeo “O direito ao delírio”, em que o sociólogo uruguaio Eduardo Galeano poeticamente esclarece para que serve a utopia. Em seguida as professoras Rosilaine Silva (coordenadora de Geografia), Arlene Fonseca (coordenadora de Letras e diretora de Ensino da FEUC) e Gabriela Barbosa (coordenadora da Pós-Graduação) discursaram, elencando a importância daquele encontro e convidando todos a participarem ao máximo das discussões.

 Por que é necessário ousar?
A mesa de abertura contou com uma dupla perfeita: a sempre presente professora doutora Daniela Patti, ex-coordenadora do curso de Pedagogia das FIC e hoje vice-diretora da Faculdade de Educação da UFRJ, e o mestre em Geografia Leandro Tartaglia, professor do Colégio Pedro II. Daniela elencou uma série de “ousadias” necessárias para que a educação e os educadores cumpram seu papel social, e Leandro em seguida falou um pouco do projeto que desenvolve como professor do Pedro II.
Leandro Tartaglia e Daniela Patti: reflexões e relato sobre as ousadias necessárias na Educação
Leandro Tartaglia e Daniela Patti: reflexões e relato sobre as ousadias necessárias na Educação
Entre as ousadias propostas por Daniela em sua palestra ela destacou a defesa de uma educação democrática (mais do que garantir escola para todos e todas, certificar-se de que realmente ninguém fique fora desse “todos/as”), pública (o que não impede a existência de instituições particulares, mas que estas sejam de fato opção e não a única saída), gratuita (preservando e protegendo a escola pública das interferências e ingerências privadas), laica (que respeite os crentes de qualquer religião e os não crentes também), inclusiva (que amplie a compreensão da inclusão e respeite a diversidade) e ética (no sentido de compreender e respeitar os acordos firmados no tempo, e que por isso se transformam, pois não são universais nem eternos) – e, sobretudo, ousar ser professor.
“Os desafios que o professor tem hoje na escola são múltiplos, então as ousadias também precisam ser muitas”, disse Daniela, lembrando que a formação da faculdade dará muitos subsídios aos futuros professores para desempenharem seu papel, mas certamente não os preparará para tudo, por isso é importante que eles ousem e busquem em todo canto – bibliotecas, internet, discussões acadêmicas – a complementação necessária: “Nenhum curso prepara para a vida, a vida a gente aprende vivendo. A escola não precisa ser divertida, mas pertinente; não tem que ser “Rivotril”, mas precisa fazer algum sentido para cada aluno”, completou.
 A geografia do grafite na cidade
Leandro Tartaglia, que está lançando pela editora Luminária Academia o livro “Geograffitis – Uma leitura geográfica dos graffitis cariocas”, resultante de seu mestrado em Geografia na UFF, contou como desenvolve no sisudo Pedro II uma oficina permanente de grafite que, entre outras atividades, leva os alunos a percorrer ruas da cidade analisando como os grafites estampados nos muros dialogam com o entorno e dão pistas sobre as tensões e os conflitos espaciais existentes na sociedade.
“Ao mesmo tempo em que discutimos técnicas, estética, paisagem, estamos produzindo conhecimento sobre a cidade, sobre arte urbana, sobre geografia”, explica Leandro, ressaltando onde essa sua prática docente quer chegar: “Na discussão sobre cidadania, sobre o uso político cultural do espaço escolar e do espaço urbano. A escola tem esse papel. Eu tenho esse papel, seja lecionando geografia, que é o meu ofício, ou com a oficina de grafite, que é o projeto a que me dedico”.
 Cursos da FEUC lançam revista científica eletrônica
Flávio Pimentel apresenta a Khóra: Revista Transdisciplinar
Flávio Pimentel apresenta a Khóra: Revista Transdisciplinar
Após o debate, o professor Flávio Pimentel apresentou a “Khóra: Revista Transdisciplinar”, publicação científica eletrônica dos cursos de Ciências Sociais, Geografia, História e Pedagogia. Ela pode ser acessada no endereço http://www.site.feuc.br/khora/index.php/vol e está aberta a submissões de artigos inéditos; sinopses e resenhas; capítulos de teses, dissertações e monografias; entrevistas, relatos e projetos, entre outros textos científicos. O número de estreia traz dois dossiês temáticos: “Perspectivas da educação pública do RJ: construindo caminhos para além da educação como mercadoria” e “Transformações sócio-territoriais em Campo Grande”.
 Show do meio-dia
Demetrius se apresenta no encerramento da manhã
Demetrius se apresenta no encerramento da manhã
E a etapa matinal foi encerrada em grande estilo por Demetrius Silva Gomes, formado em Geografia pelas FIC em 2010 e que veio fazer uma apresentação dos primeiros resultados de sua pesquisa de mestrado no Cefet: “O pagode da década de 90, um estudo sobre a imagem do negro na mídia” (que você conhecerá com mais detalhes em matéria a ser publicada na próxima edição impressa de nossa FEUC em Foco). Após apresentar alguns achados iniciais de sua pesquisa, Demetrius brindou o público com um curto, porém aplaudidíssimo, show de MPB.
 Cordel e poesia marginal no pátio
Enquanto os debates corriam no auditório, o professor Erivelto Reis coordenava no pátio a atividade “Cordel, poesia marginal e práticas didático-pedagógicas: Recriando a geração mimeógrafo”. Os alunos Danielle Silva Vitorino Pitzer, Alex Marques de Melo, Rita de Cássia Vieira e Alexsandra Amaral Cavalcante trabalharam a produção de textos, ao tempo que Marta Dayana A. de Freitas, Margareth Hilário dos S. Medeiros, Angela de Carvalho, Ingrid da Silva Cantanhede e Suely do Carmo R. Oliveira atuavam na divulgação dos textos. Todos se pautando pelas práticas de produção artesanal e difusão alternativa que foram a marca da geração de artistas marginais dos anos 60 e 70, principalmente.
Erivelto, seus alunos e a máquina de escrever que o acompanha há 30 anos
Erivelto, seus alunos e a máquina de escrever que o acompanha há 30 anos
“Aqui trabalhamos a criação de poemas curtos, como foi a marca dessa geração que seguia pela noite, nos bares e nas ruas divulgando sua arte, e também exploramos o modo artesanal como essa divulgação era feita, usando o mimeógrafo e a teatralidade”, explicou o professor Erivelto, orgulhoso de ter levado para a atividade a velha máquina de escrever que o acompanha há 30 anos.
 A vez e a voz dos nossos alunos
Na parte da tarde os participantes se dividiram em dois espaços distintos para troca de experiências: o Auditório foi reservado para as “Práticas pedagógicas para uma nova formação docente”, com relatos de resultados de projetos em desenvolvimento, tanto por alunos e professores da casa quanto por convidados; e na Sala de Vídeo da Biblioteca a professora Gabriela Barbosa esteve à frente de uma série de apresentações de trabalhos de alunos dos cursos de Letras, História, Geografia e Matemática. Foram apresentadas pesquisas de Iniciação Científica e também do PIBID. Para reunir todos os trabalhos na mesma sessão, permitindo que mais alunos pudessem assistir às apresentações dos colegas, o que seriam os minicursos oferecidos pelos estudantes de Matemática foram transformados em comunicação científica.
Marc, Leonardo, Marinázia, Ramayana e Célia: relatos de experiências
Marc, Leonardo, Marinázia, Ramayana e Célia: relatos de experiências
Na sessão do Auditório, cinco experiências foram apresentadas:
1- “O trabalho de campo como ferramenta pedagógica para compreensão da realidade: o relato de uma experiência na Ilha da Madeira, Itaguaí/RJ”, de Marc Faria de Siqueira Machado e Eduardo Souza, com orientação da professora Célia Neves.
2- “Histórias da Nossa Educação: experiência que revela trajetórias e constrói intencionalidades”, apresentação da professora Célia Neves, com relato da aluna de Pedagogia Elizabeth Ramos, uma das participantes do projeto.
3- “Leitura – Fruição humana”, apresentação das professoras convidadas Marinázia C. Pinto e Michele Cristiane S. de Sousa, alunas do mestrado em Letras da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
4- “Funk e Geografia: Uma possibilidade metodológica para o ensino”, relato do mestre em Geografia pela UFF Leonardo de Castro Ferreira, que desenvolve o projeto no Colégio Pedro II, onde leciona.
5- “Desenvolvendo o letramento literário através do grupo Contação de Histórias”, dos alunos das FIC Gledison Morel, Isabelle Brum e Silva, Michelle Rodrigues da Silva Bitencourt Calisto, Ramayana Dell S. Linhares e Tamires Nunes da Silva.

 Na Sala de Vídeo, os seguintes trabalhos foram apresentados:
GEOGRAFIA
1- “Resgatando Histórias e Fortalecendo as ações ambientais no Parque Estadual do Mendanha (PEM)”, dos alunos Luiz Alexandre Monteiro AlvesRaquel dos Santos BrasilinoAndré do Nascimento SiqueiraJoão Henrique Santo de Oliveira. Orientação da professora Rosilaine Silva e do professor Artur Lopes.
2- “Análise da paisagem do Parque Estadual do Mendanha (PEM)”, dos alunos Cristiane Monteiro de LimaAnderson Araujo e Vanessa Austin Barbosa. Orientação do professor Alexandre Teixeira.
3- “Faixa marginal de proteção na Bacia Hidrográfica do Rio Guandu do Sapê e suas transformações ambientais”, dos alunos Guilherme Santos de Souza e Bruno Batista C. da Silva. Orientação da professora Débora Rodrigues.
HISTÓRIA
1- “Fontes para o estudo da história de Campo Grande”, das alunas Elba Gaya e Sônia Romano. Orientação das professoras Márcia Vasconcellos, Beatriz Oliveira, Nívia Pombo e Vivian Zampa, e assistência técnica de José Américo de Oliveira.
LETRAS
1- “A Carta do Descobrimento: descortinando a arte e a cultura brasileiras a partir da Carta de Caminha”, da aluna Lybia Oliveira. Orientação do professor Erivelto da Silva Reis.
2- “Turismo Literário: Uma ferramenta de desenvolvimento cultural e aprendizagem escolar através da vida e obra machadiana”, da aluna Vanessa Rodrigues de Souza. Orientação da professora Renata Gomes.
Marco Antônio, John e Ana Cláudia apresentam trabalho sobre jogos matemáticos com cartas
Marco Antônio, Mario e Ana Cláudia apresentam trabalho sobre jogos matemáticos com cartas
MATEMÁTICA: Projetos desenvolvidos no âmbito do PIBID, na Escola Municipal Baltazar Lisboa, sob a coordenação dos professores Alzir Fourny Marinhos e Gabriela Barbosa
1- “Jogos matemáticos de cartas envolvendo as operações aritméticas da adição, subtração, multiplicação, divisão”, dos alunos Ana Cláudia Cabral da CostaMário Campos (substituindo John Queiroz Evaristo) e Marco Antônio Carvalho Dias.
2- “Metodologias diversificadas para o ensino das quatro operações fundamentais da aritmética”, dos alunosAna Carla Pimentel de AlbuquerqueAlexandre Ferreira da Cunha e Vanessa Barbosa Miranda.
3- “A tabuada e seus desafios”, dos alunos Alan MonteiroMilena Rodrigues Barbosa dos Santos eSiliane Menezes de Almeida França.
A professora Gabriela comentou o resultado do evento: “Fizemos a apresentação integrada com os trabalhos de iniciação científica e achei que deu certo”, disse ela, destacando que a reunião de todos os trabalhos numa mesma sessão permitiu que alunos de cursos diferentes tomassem conhecimento dos trabalhos dos colegas e compartilhassem de modo mais dinâmico as discussões sobre metodologias e ações desenvolvidas por cada um no âmbito de suas pesquisas: “Foi uma atividade interdisciplinar, promovendo o diálogo entre as várias áreas do conhecimento”, finalizou.



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Como estruturar a introdução de uma monografia ou de um artigo acadêmico

Veja a estrutura de introdução. Deve ser construída dissertativamente e não sob a organização de tópicos ou subtítulos.

Preâmbulo

Você parte do mais genérico para o mais específico, procurando situar seu recorte monográfico. Não comece já pela discussão do problema ou do tema principal da monografia.
Objetivo 

O que você pretende realizar com sua pesquisa (objetivo geral); o que você pretende realizar na sua monografia (objetivo específico)
Justificativa  

Por que sua pesquisa é importante. Que interesse ela poderá despertar nos pesquisadores e/ou leitores. Como ela contribui para os estudos literários.
Problema 

O que você vai investigar dentro do seu objetivo. Recorte específico. Uma questão a ser apresentada como motivadora da investigação e o esclarecimento de em que parte (ou nele todo),do corpus (objeto de pesquisa) está a questão investigadora.
Hipótese 

O argumento que motiva a pesquisa; a resposta ao problema investigado. A resposta ao problema demonstrada nos mínimos detalhes e em diversos aspectos.
Apoio Teórico 

Que fundamentação teórica você leu que possibilitará a sua argumentação. Com base em qual teoria você sustenta sua resposta ao problema.
Relevância 

Sua resposta é relevante porque? Desenvolva, busque valorizar academicamente a sua postura investigativa, a utilização que sua pesquisa virá a ter.
Linha de pesquisa 

Sua pesquisa está localizada em qual linha? Apresente-a.  

Apresentação resumida do que o leitor poderá ler nos próximos capítulos da monografia.



sexta-feira, 24 de outubro de 2014

ALUNOS DO 1º PERÍODO DAS FIC - 2014.2 CRIAM FINAL ALTERNATIVO PARA O CONTO "VENHA VER O PÔR-DO-SOL"

1) ALUNA: KARINA MENDONÇA DE SOUZA
CURSO: PEDAGOGIA
TURNO: MANHà
PERÍODO: 1°


Entre o amor e a morte
Raquel abaixa sua cabeça e, de encontro com o som do balançar das chaves, agora, estão seus gemidos em um choro compulsivo. Encolhida no chão do gélido e assustador jazigo, cansada de lutar contra aquelas portas e gritar por socorro ao nada, ela avista uma claridade saída de um vão da porta; essa, a levava a uma tumba, e a moça decide por segui-la.
Para sua surpresa, aquele jazigo pertencia sim à antepassados de Ricardo, apesar da história sobre a prima que ele inventara para comovê-la; ali jaziam, na verdade, bisavós e, outros antigos parentescos do mesmo, tomando como base as datas e, o curioso sobrenome nessa tumba em questão, que era o mesmo de Ricardo. Porém, o nome e a foto de quem quer que esteja ali, está coberto por uma grossa camada de poeira, que a moça, em rápido lance, limpa com sua mão.
Numa fração de segundos, Raquel em desespero cai sobre seus joelhos no chão, exclamando: – Não pode ser! Como... Como isso é possível?” – Sua voz falha. Ali jazia Ricardo, aquele mesmo homem que a trancara nesse lugar minutos antes. As portas, percebe, se abrem num ranger provocado pelo vento. Confusa, ela agora não somente chora por medo, mas, observa que suas lágrimas e seus pensamentos, agora, estão presos nas memórias que construíra com seu antigo namorado, aparentemente falecido. Percebe que o amava apesar da dificuldade financeira que enfrentavam; percebe que nessa época, a simplicidade acompanhada por seu amado, para ela, era o bastante. Chora inconsolável.
– “Triiim...” – Num pulo, Raquel chorosa pelo complicado sonho que tivera, desperta ao lado de seu marido na cama. Sorrateiramente, como assim fazia todos os meses durante os últimos três anos, naquele mesmo dia; a moça ao trocar de roupas, sai pela porta de casa na ponta dos pés e, se direciona à floricultura da esquina. Ao abrir sua bolsa de dinheiro, uma foto pequena de seu antigo namorado se destaca ao fundo; ela respira fundo, compra os mesmos cravos de costume e, se encaminha a visitar seu, ainda amado, Ricardo.



2) Nome: Luana David Fernandes Maia
Letras Português/ Inglês - 1º período

Olhos Eternos

   Observando as crianças, Ricardo relembrou de sua infância. Menino pacato, do interior da França. Num dia comum, perto do riacho, avistou Maria Emília, algo lhe chamou a atenção, seus olhos... seus grandes olhos verdes eram encantadores, se encontrava vida. A partir deste momento tudo mudou, viraram grandes amigos, Maria Emília o amava, mas havia algo que ele não sabia, um segredo tenebroso. Maria Emília era uma jovem e inocente bruxa.
   Ricardo aos dezoito anos foi chamado, no lugar de seu velho pai, para a Batalha de Waterloo, em 1815, Ricardo ficou entre a  morte e a vida. Maria Emília ficou inconsolável, se deslocou até o cemitério, onde brincavam quando criança, e ao pôr-do-sol arrancou os seus olhos, fazendo com que toda a vida nele existente passasse para Ricardo.
   Deste dia em diante, Ricardo viveu não só esta vida como muitas outras, sacrificando ao pôr-do-sol todas as meninas que têm os olhos iguais aos de Maria Emília, como forma de manter viva a alma daquela que não lhe deu somente a vida, mas a imortalidade.



3) 

Nome: Rosimar Lessa Ferreira                                        Matrícula:1401094
Curso: Pedagogia                 Período: Primeiro                      Turno: Manhã


Uma Declaração de Amor


    Raquel entra em desespero e solta gritos de horror e pânico, vendo que foi deixada para trás pelo seu verdadeiro amor, sim ela o amava, porém seu interesse financeiro a separava de Ricardo e a colocava nos braços de outro.
  Ao perder suas forças de tanto sacudir as grades que a prendia naquele lugar escuro, solitário e assustador, senta-se nos degraus da escada, sujos, empoeirados, cheios de teia de aranha, para chora desesperadamente, não vendo nenhuma forma de escapar, da condenação, imposta por Ricardo, era só o que se passava pela sua mente, morreria ali, de frio, fome, sede, de pavor, não tinha em suas mãos nenhum fósforo que outrora lhe servia para acender os cigarros, acabara então o único pontinho de luz que poderia ajudá-la a examinar o seu cativeiro e possível lugar em terminaria seus últimos dias de vida, então o cansaço vai lhe vencendo, ela dorme ou desfalece.
  Surgi uma voz, muito longe para ela, chamando – a pelo nome “Raquel, Raquel, Raquel... “ Seria a voz de sua salvação? Ricardo volta e diz que era só uma declaração de amor, pois ela precisava sentir o mesmo que ele sentiu ao ser abandonado por ela, ao se declarar, deixa Raquel ir embora, com a certeza que Ricardo a amava enlouquecidamente e não poderia deixá-la morrer.

4) 
NOME: Odilon Ramalho Costa
CURSO: 1º Período de Administração
MATÉRIA: Produção de Texto
Professor: Erivelto Reis

Continuação da história: VENHA VER O PÔR-DO-SOL

                                   Para sempre...

      Quando percebeu que seus gritos por socorro seriam inúteis. Raquel se encostou à úmida e fria parede e foi escorregando lentamente até seu corpo estender-se por completo no mórbido chão. Apesar de possuir lindos olhos. O Seu olhar naquele momento encontrava-se perdido, a condição que Ricardo a submetera. As horas passam e Raquel observa o que Ricardo havia dito.
      A singeleza da luz do pôr do sol que pela fresta da porta, invadia o ambiente e lentamente esvaia-se  assemelhando a sua esperança de sair daquela funesta condição. A noite chega, Raquel sente frio. Lá fora o vento assovia por entre as arvores, deixando a noite mais sinistra. Raquel se encolhe a fim de aconchegar-se nos seus próprios joelhos. Amanhece o dia. Raquel somente tirou breves cochilos. O dia foi passando lentamente no ambiente insólito do lugar. O mesmo ritual se repetia com a luz do sol se afastando devagarzinho até a ausência da luz. Raquel terá mais uma longa e fria noite.
      A alvorada vem chuvosa. Raquel acorda com sede e fome, já quase desfalecida em fraqueza e angústia. Ela observa as paredes ao redor. E no instinto de sobrevivência ela inicia uma voraz refeição aos musgos da parede embolorada. Lá no alto havia uma janela onde o galho de uma árvore tocava a vidraça, fazendo com que água da chuva escorresse pela parede. Raquel por sua vez, coloca a sua língua na parede para reter aquele tão precioso líquido.
     O dia vai passando. É a primeira vez que Raquel sente falta da réstia do sol. Chovia. Ela não entendia porque ainda estava viva e desejou a morte.
     No dia seguinte certa do seu infortúnio, passou a refletir na sua vida até ali.  Relembrou a sua infância e da sua volúvel e fútil vida que sempre viveu. Chegou até Lembrar quando Ricardo, sem dinheiro, a levava para um simples passeio na praça. Agora tudo parecia fazer sentido. O valor das simples coisas da vida entrou em seu consciente como um passe de mágica. Quantos pôr do sol perdidos! Pensou Raquel.
      Por um momento, chegou a sentir saudades de Ricardo. Chorou até adormecer. Dessa vez Raquel acordou com um som diferente vindo lá de fora. Era um corvo que bicava a vidraça desesperadamente. Como quem lhe mostrasse algo. De relance Raquel olhou para a porta que a cerceava, percebeu que estava entre aberta e saiu rapidamente dali. Subiu as escadas e se deparou com o portão escancarado. Incrédula, se viu completamente livre.
     Ao passar pelo umbral do portão, observou no chão de areia uma frase escrita provavelmente com um pedaço de galho seco: “ESTAREI SEMPRE COM VOCÊ. SEM QUE VOCÊ PERCEBA. PARA NÃO MAIS ME REJEITAR”
     Sobre os rabiscos uma rosa azul. Intrigada olhando ao redor, Raquel pegou a rosa e levou até o nariz. E fechando os seus olhos deu um longo e suave suspiro. Tempos depois ela soube que Ricardo havia morrido naquela mesma tarde que a prendera.












Alunos das FIC 2014.2 escrevem cartas com homenagens aos seus professores marcantes em 15/10/2014

1)   Sarah Cristina Mendes


Rio de Janeiro,11 de outubro de 2014

Querido Professor Sérgio Henrique Mendes,

Lembra-se da vezes,que me pertubava,dizendo-me que se não fosse o estudo eu não chegaria a lugar algum . Das várias vezes que você encorajava a tentar por mais difícil que fosse, e, quando eu não conseguia e me botava a chorar você ficava ao meu lado,me dizendo o quanto eu era capaz, e que se não fosse naquela hora, eu conseguira outro dia.
Me lembro com saudade de todas as nossas aulas, mesmo que eu não gostasse  tanto de sua matéria,que era química,graças a você,com o tempo passei a apreciá-la,e por onde passo sempre me lembro dela. Lembro-me também de como você ficava zangado toda vez que ia mal em qualquer matéria que fosse,sempre cobrando que eu melhorasse,que não necessidade de ter aquelas notas.
Você,me acompanhou ao longo de toda minha vida,viu minhas alegrias e tristezas,minhas vitórias e derrotas.Você me ensinou a ser uma pessoa melhor e a ter responsabilidade,mesmo dizendo que ela ainda me faz falta. Sabe por que,de todos os professores,você é o que mais me marcou? Bom todos eles foram maravilhosos ,fizeram seu papel com louvor,mas nenhum deles,esta comigo todos os dias,e me conhece desde que nasci, não é mesmo papai.
Pai,só tenho que te agradecer,por tudo,por sua causa,eu sou alguém,por sua causa faço uma,faculdade,e mesmo que não tenha escolhido fazer química e sim história,você me mostrou o quão importante é o papel do professor é nas nossas vidas,mas você, na minha vida vez dois papeis,o de professor e o de pai.

Atenciosamente, de sua filha e eterna aluna,

                                                               Sarah Cristina Mendes


2)

Alexandre Badaró curso de: história
tuma: noite
Feuc
1° per.


Rio, 12 de outubro de 2014

Querido professor Alcir
           Achei que ficaria muito impessoal, escrever algo pelo  Face book e resolvi lhe escrever uma carta ao “modo antigo”, para expressar como forma de agradecimento, todos os ensinamentos pessoais e intelectuais que o senhor passou para todos nós, o grupo teatral “Apesar de Você”.
                       Lembro com muita saudade dessa época, 1980 eu acho, quando fui convidado pelo senhor para participar do grupo teatral da escola Sobral Pinto, confesso  que na época, eu, um rapaz muito tímido, não levava jeito nenhum para esse negócio de teatro, não conseguia nem falar dentro da sala de aula quando tinha que fazer uma leitura” lá na frente”, quanto mais encenar uma peça de teatro.
       Bem que a minha intenção era mesmo arrumar umas namoradinhas, mas, logo fui entendendo, o quanto todos levavam aquilo à sério.
        Com o tempo, os ensaios e a convivência com os amigos, o meu senso de criatividade, aprimoramento da oratória e retórica, consciência social, foram se aprimorando. sei que dei muito trabalho mas essa experiência se transformou nos pilares do eu sou hoje.
      Quantas saudades daqueles finais de semanas em que fazíamos ”vaquinha’, para comprar pão, mortadela e guaraná Convenção para lancharmos nos intervalos dos ensaios. E os texto, eram Maravilhosos: O pequeno Burguês, A formiguinha que era boa, Chapéu, Chapelão e Cia, Saltimbancos, O pequeno príncipe, fora, as improvisações, esquetes e criações coletivas. Você Alcir, abriu as portas de tantas técnicas, que não tínhamos noção que existiam. Teatro do oprimido do Boal e técnicas de cena do Bertold Brecht, era um mundo maravilhoso cheio de possibilidades.
        Hoje, quase aos 50 anos, professor de música e artes ,e fazendo agora Licenciatura em História, venho humildemente nessas palavras lhe agradecer e também lhe culpar, por eu ter tomado esse caminho da educação e do conhecimento artístico, “ a semente foi plantada, e anos depois virou uma floresta”.

          Alcir, você foi nosso mentor, mestre e por muitas vezes Pai, junto com a professora de música  Zoraide. E, como disse a rosa no texto do  Pequeno Príncipe: -Você se torna eternamente responsável por quem cativas, e você nos cativou pro resto de nossas vidas.
                Eu só tenho à dizer : - Muito obrigado, meu amigo.

 P.S. Estou confirmando a minha presença no Churrascão “ Grupo teatral Apesar de Você 35 anos”, a galera toda já confirmou pelo “Face” e Whats app, vai ser ótimo matar a saudade de todos.

                                                                                     Beijos!




3) Marcia Barbosa Moraes .     

Rio de janeiro , 14 de outubro de 2014
   
      Prezada Professor Deise, penso que esta é a oportunidade ideal para agradecer por tudo aquilo que você fez por mim, por tudo o que me ensinou em sala de aula e também, por tudo de bom e exemplo de postura séria e ética . 
       Acredito que sua vida seja bastante movimentada , com tantas coisas a ensinar, provas a corrigir e com toda a preocupação em saber se os seus ensinamentos foram cumpridos . Sei que as vezes , não sabemos reconhecer seu esforço e sua dedicação. 
         Este dia me parece uma boa oportunidade para retribuir a sua dedicação a gente ouve dizer que a vida do professor é muito sacrificada e cheias de trabalho e pouco respeito , entanto , quero que esta mensagem toque seu coração e sua mente como uma luz no fim do túnel , como uma renovação desta sua esperança de que um dia , finalmente o mundo saberá reconhecer o valor das suas palavras ,da sua dedicação de seu nobre sagrado trabalho.
        Hoje começo uma nova etapa de sua vida , digo, cada ano que começa é sempre diferente com novos sonhos , projetos diferentes mas sempre o mesmo objetivo, a mesma motivação: Fazer de nós cidadãos responsáveis , mostrando valores que servirá para nos tornamos pessoas justas , honestas e coerentes.
         
                     Atenciosamente sua aluna
                              Marcia Barbosa Moraes .            


4) DORISMAR


Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2014.


                                                                              Querido Professor Wilmar!


                Esta singela missiva destina-se a fazer-lhe uma  sincera homenagem no Dia do Mestre.
                O Sr. é de um tempo em que a profissão de professor era reconhecida e respeitada. Aos 81 anos de idade não é exagero dizer que dedicou toda sua vida ao magistério. Foram gerações de carangolenses que contigo aprenderam Contabilidade. Foram muitos e muitos anos como diretor das mais importantes escolas da cidade e região.
                Ainda hoje, as pessoas ao te chamarem, colocam o termo professor à frente de seu nome, como se fosse um título nobiliárquico  que envergas com a maior dignidade.
                Ainda que a profissão nunca tenha  recebido o devido reconhecimento financeiro, foi suficiente para garantir decentemente o sustento da esposa e dos três filhos. Lamento que  aposentado, sua condição tenha sido aviltada ao extremo por este que hoje se apresenta candidato a presidente prometendo valorizar a educação. Sei que neste momento o Sr. deve estar alertando com candura e serenidade todos aqueles que iludidos, possam cogitar o voto neste simulacro de governador mineiro que agora pretende expandir sua nefasta forma de fazer política para todo o país.
                Inobstante nosso convívio de muitas décadas, foi curto o período em que convivemos como mestre e aluno,apenas alguns meses em que você substituiu um outro professor  no segundo ano ginasial, mas foi extremamente marcante para mim.
                Todos os meus colegas sabiam  que o professor era meu  pai.                 Você fazia questão de me tratar como um aluno comum, mas era nítido que me tratava com muito mais rigor e distanciamento, não se permitindo sequer brincar comigo como fazia com o resto da turma.
                Só teve tempo de aplicar uma  prova, mas imagino como foi difícil pra você avaliar o próprio filho de maneira imparcial e isenta.
                Quando entregou as notas disse que só um aluno tirara a nota máxima. Eu tinha certeza que acertara tudo, afinal  estudara muito mais que o normal  porque não podia decepcioná-lo.
                Ao receber minha prova fiquei surpreso com a nota 9. Li, reli, analisei, procurei e não consegui achar onde estava o erro.  Na correção  feita no quadro tudo estava igualzinho à minha prova.
                O aluno para quem você atribuiu nota 10, era meu melhor amigo, sentávamos lado a lado. Durante a correção ele percebeu que  havia errado uma questão enquanto eu não errara nenhuma.
                Queria que eu o confrontasse para obter a nota justa,mas me recusei. Ele se levantou e lhe falou que a nota dele estava errada e a minha também, que eu fora o único a acertar a prova toda e não era justo que minha nota não correspondesse à realidade.
                Você então explicou para turma que de fato a minha fora a única nota máxima, mas que se ele agisse normalmente poderiam achar que ele estava beneficiando o próprio filho. E nos deu uma aula sobre nepotismo, ética, tráfico de influência. De que em certas situações não só deve-se ser honesto, mas também demonstrar que se é honesto.
                Corrigiu minha nota e manteve a nota 10 de meu amigo, dizendo que o dez dele valia mais porque não vacilou em reduzir a própria nota para fazer justiça e defender um amigo.
                Nunca fiquei tão orgulhoso do meu pai. E nunca o admirei tanto um mestre como te admirei naquele momento.
                Em breve irei em visita. Um beijo pra mãe e outro pra ti.

                Do para sempre discípulo e filho que te ama

                               Dorismar


5) DAVID

Rio de janeiro, 20 de outubro de 2014

De: Davi Pires
Para: Dona Lucia(prof. De historia na E.M Dr. Neucy Noronha).

            Querida dona Lucia, hoje estou no meu 1º período de Historia FEUC e é por este motivo que estou lhe escrevendo.
Essa minha escolha deve-se  ao fato de no ginasial eu ter tido uma professora como a Senhora. Que sempre explicava com muito carrinho e dedicação, as aulas eram lecionadas de uma maneira tão simples e tão clara, que até mesmo os alunos que tinha muitas dificuldades para aprender, conseguiam aprender e se motivavam para as aulas.
É claro que tive  professores e professoras muito bons, porém a minha escolha pela faculdade de historia como já mencionei deve-se ao fato de ter sido seu aluno durante 3 anos no qual aprendi muito.
Eu só gostaria que a senhora soubesse que hoje sou um jovem de 44 anos e tudo que aprendi naquelas aulas de Historia, carrego por todos esses anos.
Gostaria um dia de revê-la, pois sei que ainda mora em Campo Grande.  Até já a vi, porém não tive tempo de parar para dizer pelo menos um oi.
Também não sei se me reconheceria, pois eram muitos alunos, só que para mim era somente uma professora.
Desde já deixo um forte abraço e um muito obrigado por tudo.

Assinado:__________________________________________________
               
                     

Rio de janeiro, 20 de outubro de 2014


 6) ELANE


De: Elane Veira da C. Pires
Para: Tia Glorinha(prof.  E.M Ubaldina Dias Jacaré).

            Querida Tia Glorinha quando repetir durante 2 anos seguidos e fui chamada para uma conversa, foi quando me justifiquei que passa por muitas dificuldades em casa, uma dessas necessidades era a fome. Foi então que percebi o lado humano de um professor, pois todos os dias de aula a Senhora me levava para sua casa me confortava e me  alimentava. Logo meu desempenho foi melhorando.
Quando estava no ginasial tive a noticia do falecimento de Tia Glorinha.
Hoje estou tentando a Faculdade de Historia e sei muito devo a Tia Glorinha.
Tudo que queria era simplesmente agradece a minha eterna Tia Glorinha, por tudo que fez pro mim.
Onde estiver vai sempre estar em minhas lembranças.

Assinado:__________________________________________________

sábado, 4 de outubro de 2014

CUIDADO COM O PLÁGIO ACADÊMICO

PARA SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO BAIXE A APOSTILA SOBRE  O PLÁGIO

"NEM TUDO O QUE PARECE É: ENTENDA O QUE É O PLÁGIO"





A síndrome do "copia e cola"

A dificuldade de identificar a autoria de textos e ideias em tempos de "Ctrl-c, Ctrl-v"






[...] A internet facilitou o manuseio da informação. Seus mecanismos automatizaram nossa relação com o texto. Sinal disso é a popularidade da expressão "Ctrl-c, Ctrl-v", comando equivalente a "copiar e colar" em navegadores e processadores de texto, emblema de uma geração que pouco digere do material que encontra na internet, reproduzindo-o como se fosse seu. 

Outro sintoma alarmante da banalização do plágio também se encontra no ambiente universitário e acadêmico, cuja credibilidade vem sendo solapada por denúncias de apropriações não creditadas de teses e artigos acadêmicos [ver quadro abaixo]. 

EspíritoNo jornalismo, o plágio também já fez suas vítimas: nos EUA, o jornalista e escritor Fareed Zakaria foi suspenso pela revista Time por se apropriar de trechos de um artigo da New Yorker em 2012. 

Nem a literatura escapou desse fantasma no episódio, agora célebre, que envolveu Max e os Felinos (1981), de Moacyr Scliar, e A Vida de Pi (2001), de Yan Martel. 

- Até onde possa me lembrar, nunca fui vítima de plágio. Até porque em literatura isso é muito complexo. Os temas são eternos e nós todos circulamos entre eles. Aqueles que procuram escrever a todo custo terminam copiando e, é claro, errando. Muitos escritores fracassam porque querem o sucesso e não o êxito. E, em literatura, só o êxito interessa - afirma o escritor Raimundo Carrero, autor de Tangolomango (Record). 

O sucesso, no entanto, parece ter vindo acompanhado também pelo êxito no caso do escritor canadense Yan Martel. Vencedor do Booker Prize 2002 com o romance A Vida de Pi, adaptado em 2012 para os cinemas por Ang Lee, Martel não só assume ter se inspirado na premissa de Max e os Felinos como se gabou de ter aproveitado melhor a história do menino preso num barco com um tigre. 

As semelhanças entre as obras foram notadas pela primeira vez pelo jornal inglês The Guardian, à época do lançamento do livro de Martel, que, pressionado pela imprensa, contra-atacou: "Será que haveria o mesmo escândalo se eu dissesse que me inspirei na arca de Noé?". 

Mais tarde, Martel e Scliar entrariam em acordo amigável, intermediado por Luiz Schwarcz, editor da Companhia das Letras, que passaria a editar o escritor gaúcho. 

O que parece estar em jogo na provocação do escritor canadense, no entanto, é o fato de que certas ideias não são exclusivas de uma cabeça, mas pertencem a uma narrativa maior, de domínio coletivo, podendo ser retrabalhadas por vários autores em tempos diferentes e de formas diversas. O que não exclui o fato de que as similaridades entre as obras de Martel e Scliar são muito mais concretas e específicas do que a metáfora genérica da arca de Noé. 

No caso da minissérie global Aquarela do Brasil, o resultado da perícia atestou que tanto a ideia de Lauro Cesar Muniz quanto a de Eliane Ganem eram inéditas, sem semelhanças suficientes que configurassem plágio. É como se as duas ideias, na verdade uma só, tivessem nascido pelas mãos de autores diferentes separados no tempo e no espaço, resultado de algum espírito de época [Zeitgeist, em alemão] ou sob inspiração de algum elemento cultural recorrente. 

Em outras palavras, a trajetória de uma cantora que sai da pobreza para o estrelato, posto dessa maneira, não chega a ser novidade, ainda que a "coincidência" entre os nomes das tramas de Muniz e Eliane nos deixe com a pulga atrás da orelha. 

"Não é possível deter direitos sobre temas", afirmou o ministro e relator do processo Luis Felipe Salomão, que por sua vez citou em sua decisão o doutrinador Hermano Duval, para quem ideia e forma de expressão são coisas independentes. 

Em Direitos Autorais nas Invenções Modernas (1956), obra de referência nos estudos sobre propriedade intelectual, Duval afirma que uma ideia "não pertence exclusivamente aos autores das obras em conflito, pertence a um patrimônio comum da humanidade". 

Se no conteúdo as evidências de plágio tendem a ser vagas, passíveis de reformulações e subterfúgios de estilo, na expressão a forma com frequência denuncia o decalque. 

Com estiloO escritor francês Michel Houellebecq que o diga. Em 2010, foi acusado de plágio pelo site Slate, que descobriu trechos inteiros de verbetes da Wikipédia francesa reproduzidos no romance O Mapa e o Território (Record). 

Houellebecq, obviamente, negou as acusações, as quais considerou "rídiculas". Mas sua inocência deve-se antes ao gesto deliberado de reproduzir os trechos do que ao crime de falsa autoria. "Se as pessoas de fato pensam isso, então elas não têm a menor noção do que é literatura. Isso faz parte do meu método", rebateu. 

A premissa de Houellebecq, fundamentada no uso estilístico do plágio, mostra-se afinada com as vanguardas literárias mais recentes, cujos experimentos com a matéria verbal partem de princípios como reorganização, reciclagem, reapropriação e até mesmo plágio deliberado. 

Não por acaso, o escritor Kenneth Goldsmith, editor do site UbuWeb - dedicado à literatura conceitual - pegou emprestado o termo "unoriginal" [algo como "desoriginal"] da crítica literária Marjorie Perloff para tecer seu artigo-manifesto It''s Not Plagiarism. In the Digital Age, It''s "Repurposing." [Não é plágio. Na era digital, é "repropósito"]. 

Para Goldsmith, numa época abarrotada de textos como a atual, não haveria necessidade de escrever mais. Em vez disso, ele defende a necessidade de "aprender a negociar a vasta quantidade que já existe". "Como eu abro caminho em meio a esse matagal de informação - como eu o gerencio, analiso, organizo e distribuo - é o que distingue a minha escrita da sua." 

- É uma literatura em que o autor quase não escreve, e cujos métodos se assemelham à colagem dos pintores cubistas e à apropriação de objetos industriais feita por artistas como Marcel Duchamp ou Andy Warhol - explica o escritor Braulio Tavares, colunista de Língua, referindo-se ao método preconizado por Goldsmith. 

Mas aquilo que as vanguardas pós-modernas passaram a tratar como colagem, reapropriação ou seja lá que nome leve, no início do século 20 já se encontrava formulado pelos primeiros modernistas, premidos pela perspectiva de que nada mais pudesse ser feito, já que tudo havia sido dito pelas gerações anteriores. 

A questão da originalidade, por exemplo, foi tema central na obra de escritores como T. S. Eliot, autor de Terra Devastada, que comparou os poetas aos ladrões no ensaio "Philip Massinger", em Sacred Wood [floresta sagrada]: 

"Poetas imaturos imitam; poetas maduros roubam; maus poetas deformam aquilo que tomam, e bons poetas fazem daquilo algo melhor, ou ao menos algo diferente".

ReapropriaçãoSeguindo a metáfora eliotiana, o escritor e tradutor Gabriel Perissé, de Língua, acrescenta: 

- Devemos ser tão bons ladrões que ninguém perceba que fizemos com o alheio algo melhor. O plágio criativo perfeito é quando o roubo é seguido de assassinato, e nem precisamos citar a vítima, cuja alma absorvemos e cujo corpo escondemos dentro do nosso próprio texto.

Uma frase em particular, já atribuída a tantos autores no século passado a ponto de ser considerada apócrifa, dá bem a medida da relativização do conceito de originalidade em nossa época, além de ser ela própria uma "licença poética" para o plágio criativo: 

"Se você rouba de um autor, é plágio; se você rouba de vários, é pesquisa". 

Segundo o site Quote investigator, o primeiro registro desse enunciado é de 1932, seguido de variações que às vezes levavam em conta "livros" em vez de "autor", "novidade" em vez de "pesquisa", entre outras equivalências. Sua mensagem, porém, permaneceu intacta. Em outras palavras, reside na multiplicidade de vozes a base de uma linguagem original. E quanto menor o número de fontes de inspiração e de pesquisa, maior a chance de soar parecido com algo que já foi produzido. 

CriptomnésiaUm dos casos mais conhecidos de "roubo" na literatura talvez seja o romance Lolita, de Vladimir Nabokov, publicado em 1955. 

Diferentemente do que se imagina, a história do homem culto, que recorda seu caso tórrido com uma pré-adolescente, na verdade foi publicada pela primeira vez sob a forma de um conto pelo alemão Heinz von Lichberg, em 1916. 

O escritor e ensaísta Jonathan Lethem relata a estranha coincidência entre essas duas narrativas no artigo "O êxtase da influência", publicado em 2007 pela Harper''s. No texto, Lethem se detém sobre a possibilidade de Nabokov ter se apoderado da trama conscientemente enquanto esteve em Berlim, em 1937. 

Outra hipótese levantada pelo ensaísta é a de que um dos romances mais populares do século 20 tenha sido fruto de um fenômeno conhecido como criptomnésia, espécie de plágio "não deliberado" que ocorre quando uma memória ressurge sem que o sujeito se dê conta de sua origem, tratando-a como se fosse original. 

- A criptomnésia é uma memória escondida, que não se sabe ter. O fenômeno pode ser cogitado quando o artista nega ter feito o plágio de forma intencional ou não se lembra de ter "copiado" algo - explica Daniel Martins de Barros, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo e coordenador médico do Núcleo de Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica. 

Para Barros, a tese da criptomnésia, na prática, é muito difícil de ser provada, mas por ser uma tese acatada pela Justiça, pode servir como atenuante. 

- Embora não se trate de uma doença, não há deliberação racional ou produção intencional - pondera. 

Ainda que a modernidade tenha colocado na berlinda a questão da autoria - e os pós modernos a esgarçaram a ponto de quase aniquilar o conceito - há quem discorde dessa pulverização do autor. 

Para o crítico e escritor Antonio Cicero está claro que "a morte do autor", postulada pelo teórico Roland Barthes em ensaio homônimo [ver quadro na próxima página], deve ser entendida em termos da autonomia do texto em relação ao seu produtor, e não propriamente como a insignificância deste. Em ensaio publicado na Folha de S.Paulo em 2010, Cicero questiona o conceito que influenciou gerações de estruturalistas e de estudos literários: 

"Ao contrário do que Barthes pretende, não é verdade que o autor seja ''uma figura moderna'', um produto de nossa sociedade na medida em que, ao emergir da Idade Média com o empirismo inglês, o racionalismo francês e a fé pessoal da Reforma, ela descobriu o prestígio do indivíduo ou, como se diz de modo mais elevado, da ''pessoa humana''". 

Cicero acrescenta que "A figura do autor é indissociável do próprio emprego da escritura e já se encontra inteiramente definida na Antiguidade clássica."

Se a segunda metade do século 20 assistiu ao declínio do autor nos círculos teóricos e acadêmicos, talvez estejamos presenciando um renascimento, neste início de século 21, do conceito de autor como uma espécie de "curador" de conteúdos e formas. 

Não que seu papel tenha se restringido à mera reprodução do que já foi dito. Mas a onipresença de informações proporcionada pelas novas tecnologias de comunicação desobrigou-o da originalidade absoluta, idealizada, cabendo-lhe organizar e dialogar com outras ideias e discursos em busca de uma nova identidade, ainda que fragmentada. 



Não gosto de plágio
Blog reúne denúncias na área de tradução
Bom exemplo de utilidade pública, para defender a propriedade intelectual por meio da blogosfera, encontra-se no campo da tradução. O blog Não gosto de plágio [http://naogostodeplagio.blogspot.com.br/], da tradutora Denise Bottmann, é uma referência na defesa dos direitos autorais de tradutores, muitas vezes nem creditados nas obras.

O blog foi criado em 30 de setembro de 2008 (dia do tradutor) em meio a uma onda de denúncias de plágio de traduções. Entre as principais irregularidades, destacam-se as edições piratas feitas a partir de trechos e elementos de traduções anteriores. Tudo sem pagar nem dar crédito aos reais tradutores-autores.

- Creio que o trabalho sistemático de cotejos e apontamentos no Não gosto de plágio acabou mostrando que a prática era muito mais disseminada do que se imaginava, e ganhou grande repercussão. Considero que o blog atingiu grande parte de seus objetivos, conseguindo a retirada de muitos títulos do mercado e, se não a extinção, ao menos uma visível diminuição desses procedimentos ilícitos - afirma Denise.

O blog apresentou cerca de 150 cotejos de obras espúrias, além de ter denunciado outras irregularidades, como a inscrição de fraudes no Programa Nacional do Livro de Baixo Preço, do Minc/FBN. O blog encaminhou mais de dez pedidos de representação junto ao Ministério Público para coibir essas práticas. 

O tecido das citações
Um trecho de "A morte do autor", de Roland Barthes"Sabemos agora que um texto não é feito de uma linha de palavras, libertando um sentido único, de certo modo teológico (que seria a ''mensagem'' do Autor-Deus), mas um espaço de dimensões múltiplas, onde se casam e se contestam escritas variadas, nenhuma das quais é original: o texto é um tecido de citações, saídas dos mil focos da cultura. Parecido com Bouvard e Pécuchet [personagens de Gustave Flaubert], esses eternos copistas, ao mesmo tempo sublimes e cômicos, e cujo profundo ridículo designa precisamente a verdade da escrita, o escritor não pode deixar de imitar um gesto sempre anterior, nunca original; o seu único poder é o de misturar as escritas, de as contrariar umas às outras, de modo a nunca se apoiar numa delas; se quisesse exprimir-se, pelo menos deveria saber que a ''coisa'' interior que tem a pretensão de ''traduzir'' não passa de um dicionário totalmente composto, cujas palavras só podem explicar-se através de outras palavras, e isso indefinidamente: aventura que adveio exemplarmente ao jovem Thomas de Quincey, tão bom em grego que, para traduzir para esta língua morta ideias e imagens absolutamente modernas, diz-nos Baudelaire, ''tinha criado para si um dicionário sempre pronto, muito mais complexo e extenso do que aquele que resulta da vulgar paciência dos temas puramente literários'' (Os Paraísos Artificiais); sucedendo ao Autor, o scriptor não tem já em si paixões, humores, sentimentos, impressões, mas sim esse imenso dicionário onde vai buscar uma escrita que não pode conhecer nenhuma paragem: a vida nunca faz mais do que imitar o livro, e esse livro não é ele próprio senão um tecido de signos, imitação perdida, infinitamente recuada."

Caçadores de cópias
A tecnologia a serviço da detecção de plágios na redeLonge de ser vilã da era moderna, a internet ampliou nossa consciência da linguagem ao democratizar o conhecimento, e se por um lado facilitou decalques em série, por outro ajudou na detecção deles por meio do cruzamento de dados. Basta digitar uma frase conhecida em mecanismos de busca como Google e Bing, por exemplo, para descobrir as mais variadas ocorrências de uma expressão na rede, com resultados que vão desde trivialidades creditadas erroneamente a escritores famosos até plágios os mais descarados.

- Há alguns anos, quando um aluno me apresentou uma conclusão de produção impressa, digitei uma frase aleatória na ferramenta de busca do Google e encontrei o texto na íntegra, mais de uma vez replicado em sites e blogs. Ao ser questionado, ele afirmou ser de sua autoria. Com 14 anos, já tinha consciência do que estava fazendo. O aluno foi advertido - relata a assessora pedagógica Maria Cristina Lindstron, que possui mais de 20 anos de experiência com o ensino fundamental e médio.

Ao que parece, no "vale-tudo" da blogosfera e das redes sociais, em que retuítes, citações e compartilhamentos de conteúdos alheios são parte indissociável da atividade dos internautas, a autoria é quase um detalhe, uma nota de rodapé sem muita importância. É nesse contexto que professores e educadores devem manter-se antenados nas novas tecnologias, sendo capazes usá-las a seu favor no combate ao plágio.

Fruto da necessidade acadêmica de atestar a originalidade de trabalhos de pesquisa, algumas ferramentas foram desenvolvidas especificamente para detectar o plágio de textos. Uma delas, o Plagius [www.plagius.com], trabalha com diversos formatos de arquivo (doc, pdf, rtf, etc.), fornecendo relatórios detalhados sobre ocorrências semelhantes na internet e suspeitas de decalque. O Farejador de plágio [www.farejadordeplagio.com.br], por sua vez, também vasculha a internet atrás de plágios do arquivo-alvo, pesquisando inclusive "trechos saltados" em obras para serem analisados posteriormente.

Considerando que nem tudo o que se produz na academia está disponível para consulta na internet, os resultados obtidos por esses aplicativos não são de todo confiáveis - o que, evidentemente, não lhes tira o mérito.

Como criar alunos-autores sem os vícios do "copia e cola" na internet
Um roteiro de atividades para estimular a noção de autoria nos alunos e evitar o uso indiscriminado da web em trabalhos escolaresAtualmente, não é um real problema a internet disponibilizar aos estudantes um universo praticamente infinito de informações. O problema está em como os docentes e as escolas podem usar esse universo de informações ao seu favor. Criatividade, fundamentação pedagógica, técnicas didático-metodológicas inovadoras e conhecimento das novas tecnologias são fatores importantes para evitar o plágio e convidar os alunos a realizarem pesquisas genuínas. Isso pode ser obtido por meio de atividades que exijam dos estudantes atitudes, posicionamentos e reflexão, valendo-se de ferramentas alternativas de produção de pesquisa. Vejamos algumas propostas: Uma pesquisa que envolva um "olhar" sobre dado assunto, sendo esse olhar relatado por pessoas pesquisadas, não por livros didáticos ou fontes da internet (pesquisa oral);

Um trabalho que consista em extrair da internet dois textos sobre o mesmo assunto, em que o estudante precise identificar posturas diferentes e explicar essas posturas diferentes em ambos os textos;

Atividades em que seja necessário um registro fotográfico de fenômenos que estão sendo pesquisados textualmente, tais como fenômenos físicos, químicos e biológicos. O texto pode ser de fonte virtual, mas as fotos devem ser de autoria dos estudantes, registradas em seus "cotidianos";

Produção de vídeos explicativos sobre temas pesquisados na internet. Esses vídeos devem ter roteiro, objetivos, produção e créditos. Podem ser gravados com o celular e editados na própria internet;

Uma pesquisa sobre o tema baseada em imagens, não em textos, onde cada uma delas deva ser explicada por um estudante do grupo, de forma textual ou oral;

Solicitar aos alunos que façam pesquisas sobre um dado tema, e toda a fonte de produção da avaliação escrita seria extraída dos textos entregues pelos alunos. Isso forçaria aos estudantes, mesmo aqueles que plagiaram, a estudar o que foi copiado para realizar a avaliação.
Juliano Costa é gerente pedagógico do
Sistema de Ensino COC/Pearson

Decalque da academia
Casos de plágio acadêmico ganham visibilidade na mídia Plágio é coisa séria. Mas quando ocorre na academia, pode custar uma carreira e até depor autoridades. Em fevereiro deste 2013, a ministra da Educação alemã Annette Schavan renunciou após acusações de que teria copiado trechos de sua tese de doutorado, defendida há trinta anos na Universidade Heinrich Heine, em Düsseldorf. No ano passado, a Hungria viu seu presidente Pál Schimitt abandonar o posto pela mesma acusação.

Não há estatísticas sobre plágios no meio acadêmico, que tendem a ser resolvidos internamente, sem acionamento da Justiça. Raro um caso como o de um pesquisador da USP de Ribeirão Preto, exonerado em 2011 após ser denunciado por professores da UFRJ, que identificaram como deles as imagens usadas pelo acusado num trabalho para a Faculdade de Ciências Farmacêuticas.

Nada se compara, porém, ao "plágio em família" ocorrido em Portugal no começo de 2013, envolvendo um casal de pesquisadores: ele, um político social democrata, e ela, professora de um instituto politécnico, defenderam teses com três anos de diferença no Instituto Superior de Ciências do Trabalho, em Lisboa. Apurou-se que os mestrados de ambos apresentavam excessivas semelhanças, em temas, ideias, títulos, estilo dos parágrafos e até bibliografia.