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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

segunda-feira, 31 de março de 2025

FAIXA 6 - POEMA - SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN - Poesia Portuguesa MusIcAda - Erivelto Reis

Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis - Poesia Portuguesa MusIcAda (2025)

Idealização e Produção: Erivelto Reis 

Faixa 6 - Poema - Sophia de Mello Breyner Andresen  [Não trago Deus em mim]




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Poemas da Literatura Portuguesa musIcAdos com recursos de IA, visando à formação de público leitor no Ensino Médio. Prof. Erivelto Reis - 2025. Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis. Idealização, Repertório e Produção: Erivelto Reis Ficha técnica: Imagens criadas com Prompts no Copilot e Gemini: Azulejos portugueses como capas de discos de vinil. A correlação entre a poesia portuguesa e sua materialização através do design dos azulejos que remetem à história e à cultura de Portugal e o vinil como elemento-símbolo da música numa alusão ao tempo outro menos tecnológico e mais artesanal. Prompt para o arranjo: Fado - Moderna música portuguesa - acústico - balada Divisão da letra do poema para a música: Erivelto Reis Prompt para a letra (interpretação): conversão do poema numa cena em que o eu-lírico se questiona em meio a um turbilhão de impressões e incertezas quanto à liberdade e a si mesmo. Edição de áudio: Programa Audacity Produção de vídeo: Programa Canva POEMA Sophia de Mello Breyner Andresen A minha vida é o mar, o abril, a rua O meu interior é uma atenção voltada para fora O meu viver escuta A frase que de coisa em coisa silabada Grava no espaço e no tempo a sua escrita Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro Sabendo que o real o mostrará Não tenho explicações Olho e confronto E por método é nu meu pensamento A terra o sol o vento o mar São a minha biografia e são meu rosto Por isso não me peçam cartão de identidade Pois nenhum outro senão o mundo tenho Não me peçam opiniões nem entrevistas Não me perguntem datas nem moradas De tudo quanto vejo me acrescento E a hora da minha morte aflora lentamente Cada dia preparada Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) foi uma das maiores poetisas portuguesas do século XX. Sua obra, marcada pela busca da justiça, do equilíbrio e da harmonia, ecoa como uma voz de liberdade. Trajetória e Obra: Infância e Juventude: Nascida no Porto, em 6 de novembro de 1919, Sophia cresceu em uma família aristocrática. Estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa, mas não concluiu o curso. Início da Carreira Literária: Publicou seus primeiros versos em 1940, nos "Cadernos de Poesia". Sua obra poética é vasta e inclui títulos como "Poesia" (1944), "O Dia do Mar" (1947) e "Coral" (1950). Reconhecimento e Prêmios: Sophia foi a primeira mulher portuguesa a receber o Prêmio Camões, em 1999, o mais importante galardão literário da língua portuguesa. Em 2003, recebeu o Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana. Outras Áreas de Atuação: Além da poesia, Sophia escreveu contos infantis, como "A Menina do Mar" (1958) e "A Fada Oriana" (1958), e traduziu obras de Dante Alighieri e Shakespeare. Ativismo e Engajamento Social: Sophia participou de movimentos universitários e foi sócia fundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos. Após a Revolução de Abril de 1974, candidatou-se à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista. Legado: Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu em Lisboa, em 2 de julho de 2004. Em 2014, seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional. Características de sua poesia: A busca da justiça, do equilíbrio, da harmonia e a exigência do moral. Tomada de consciência do tempo em que vivemos. A Natureza e o Mar – espaços eufóricos e referenciais para qualquer ser humano. Premiações e Honrarias: Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico de Portugal (9 de Abril de 1981) Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (13 de Fevereiro de 1987) Prémio Camões (1999) Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (2003) Grande-Colar da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada a título póstumo (2019) Uma reflexão profunda sobre a existência, a relação entre o ser humano e o mundo, e a busca por significado. Através de versos carregados de simbolismo e uma linguagem concisa, a poetisa nos convida a contemplar a natureza, a vida e a morte. Comentário breve sobre o poema: A relação com o mundo: identifica-se com elementos da natureza ("o mar, o abril, a rua"), mostrando uma conexão profunda com o mundo exterior. A sua "atenção voltada para fora" sugere uma abertura para a experiência sensorial e uma recusa em se fechar em si mesma. A busca por significado: A afirmação "Não trago Deus em mim, mas no mundo o procuro" revela uma espiritualidade que se manifesta na contemplação da realidade. "A terra o sol o vento o mar, são a minha biografia e são meu rosto", versos que mostram a fusão entre a autora e a natureza, sendo a natureza a sua identidade. A consciência da mortalidade: A menção da "hora da minha morte" demonstra uma aceitação da finitude da vida, encarada com serenidade e preparação. A identidade e a recusa de rótulos: O eu-lírico encontra sua identidade no próprio mundo, na experiência direta da vida.

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