Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis - Poesia Portuguesa MusIcAda (2025)
Idealização e Produção: Erivelto Reis
Faixa 7 - Todas as cartas de amor - Fernando Pessoa [São ridículas]
Acesse:
Poemas da Literatura Portuguesa musIcAdos com recursos de IA, visando à formação de público leitor no Ensino Médio. Prof. Erivelto Reis - 2025.
Projeto Euterpe, Erato & Erivelto Reis.
Idealização, Repertório e Produção: Erivelto Reis
Ficha técnica:
Imagens criadas com Prompts no Copilot e Gemini: Azulejos portugueses como capas de discos de vinil. A correlação entre a poesia portuguesa e sua materialização através do design dos azulejos que remetem à história e à cultura de Portugal e o vinil como elemento-símbolo da música numa alusão ao tempo outro menos tecnológico e mais artesanal.
Prompt para o arranjo: Fado-Canção - Balada - Acústico
Divisão da letra do poema para a música: Erivelto Reis
Prompt para a letra (interpretação): conversão do poema numa cena em que um eu-lírico reflete sobre os sentimentos de amor através das cartaz e se contradiz ao comparar o amor e as cartas de amor a um gesto ridículo.
Edição de áudio: Programa Audacity
Produção de vídeo: Programa Canva
Todas as cartas de amor são ridículas
Fernando Pessoa
Todas as cartas de amor
são Ridículas.
Não seriam cartas de amor
se não fossem Ridículas.
Também escrevi
em meu tempo
cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor,
se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas
que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera
no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são Ridículas.
Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos
esdrúxulos,
São naturalmente Ridículas.
Fernando Pessoa: Uma breve biografia e análise do poema "Todas as cartas de amor são ridículas"
Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos maiores poetas da língua portuguesa, conhecido por sua vasta obra e pela criação de heterônimos, personalidades poéticas distintas que expressavam diferentes visões de mundo e estilos literários. Entre os mais famosos estão Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
Pessoa nasceu em Lisboa e viveu grande parte de sua vida na cidade, trabalhando como tradutor e correspondente comercial. Sua poesia abrange uma ampla gama de temas, desde o lirismo intimista até a reflexão filosófica e a crítica social. Sua linguagem é rica e complexa, marcada pela ironia, pelo humor e pela melancolia.
"Todas as cartas de amor são ridículas":
Este poema, assinado por Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, explora a natureza paradoxal do amor e da expressão sentimental. Através de uma linguagem coloquial e irônica, o eu-lírico afirma que todas as cartas de amor são ridículas, mas reconhece que a própria experiência amorosa o levou a escrever tais cartas no passado.
Análise do poema
A crítica ao sentimentalismo: O poema inicia com uma afirmação provocativa, que parece criticar o sentimentalismo exagerado das cartas de amor. No entanto, ao longo do poema, o eu-lírico revela que essa crítica não é direcionada ao amor em si, mas sim à forma como ele é expresso.
A inevitabilidade do ridículo: O eu-lírico reconhece que, quando se ama verdadeiramente, é impossível evitar o ridículo. As palavras e os sentimentos expressos nas cartas de amor podem parecer exagerados ou clichês, mas são uma consequência natural da paixão.
A nostalgia do passado: O eu-lírico expressa nostalgia pelo tempo em que escrevia cartas de amor, revelando que, apesar do ridículo, esses momentos eram genuínos e intensos.
A valorização da experiência amorosa: No final do poema, o eu-lírico conclui que o verdadeiro ridículo está em nunca ter amado o suficiente para escrever uma carta de amor. O poema celebra a experiência amorosa em sua totalidade, com seus excessos e suas contradições.
Referências
Arquivo Pessoa: http://arquivopessoa.net/textos/2492
Literatura Online: https://literaturaonline.com.br/todas...
Cultura Genial: https://www.culturagenial.com/poema-t...
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