Carta de Fabrício Medeiros
Interessada a: Isabel – Professora de História do Ensino Médio no Miécimo
da Silva (CIEMS) Período de referência: 2007 a 2009.
Oi, Professora!
Já faz muito tempo, não é
verdade?... Desde as últimas vezes em que nos vimos em sala de aula. Pois é, o
tempo passou, muita coisa mudou, mas algumas coisas ficaram: como são as
lembranças que tenho das melhores aulas que tive o privilégio de assistir.
Hoje – e acho que você ficaria
feliz em saber, estou cursando História numa faculdade daqui de Campo Grande.
Posso lhe dizer – de coração, que a Senhora teve uma boa parcela de influência
sobre essa decisão que tomei. São as lembranças que guardo de suas aulas que me
motivam quando passa por minha cabeça a ideia de estar diante de meus futuros
alunos. Foi sua sinceridade e autoridade – (autoridade esta conquistada muito
bem através do respeito que tinha por seus alunos; por intermédio do
entendimento das necessidades de todos, e por ser totalmente flexível quanto à
fase inquieta pela qual seus alunos passavam), que jogaram “migalhas de pão” e
permitiram que eu vinhesse a conhecer o caminho que trilho hoje.
Você merece saber que seu empenho e
dedicação, quando professora, não foram em vão e que atingiram em cheio boa
parte de seus alunos. Bom, digo isto por mim, mas você é uma educadora que faz
exceção à professores que no meu ver... Trabalham sem paixão, sem o sentimento
de cidadania que deveriam ter para com seus alunos, e isso não foi o seu caso.
Vejo na Senhora um exemplo a ser
seguido.
A História não deve ser encarada
apenas como uma disciplina obrigatória, e sim como uma ferramenta de
conscientização, cidadania e libertação. Se hoje estudo história, é porque
acredito no poder de transformação; acredito que podemos – junto com nossos
alunos, MUDAR A REALIDADE em que vivemos PARA MELHOR. E são nossos momentos em
sala de aula que vão permitir o surgimento desse sentimento que pode – e essa é
a ideia, se espalhar por toda uma sociedade.
Estamos próximos do “Dia dos
Professores”, e como tenho comigo a ideia de “dar crédito a quem merece”, lhe
escrevo esta carta como forma de AGRADECIMENTO, e profunda ADMIRAÇÃO que tenho
pela senhora, pelo seu método de ensino, por sua postura como educadora, e pelo
incentivo, que provavelmente sem ter consciência, me ajudou a ser uma pessoa
melhor, mais crítico, mais consciente, esclarecido, mais questionador.
Espero que o futuro nos reserve
mais motivos para nos orgulharmos da profissão que escolhemos, mas, até o
momento, sugiro a ideia de que nos alegremos com o sentimento de que este
futuro está próximo, e que as mudanças que tanto desejamos só dependem do que
fazemos hoje, e agora.
OBRIGADO POR SER ESSE MARCO EM
MINHA VIDA!
Saudades...
Beijos!
Fabrício Medeiros – Técnico em
Segurança do Trabalho e Professor de História (Cursando)
Bom, Professora.
Acho que a ideia é essa mesmo: DAR
CRÈDITO A QUEM MERECE. Quando surgiu a proposta de fazer essa homenagem a um
professor – que de certa forma essa foi a ideia, não me veio outro nome a
cabeça que não fosse o seu. O que eu mais admirava em suas aulas era sua
autoridade perante a turma. Você tinha o controle porque era respeitada. Na
maioria dos casos as pessoas usam do PODER para conseguir tal proeza, mas a
Senhora sempre se mostrou diferente, sempre foi uma exceção a regra.
Espero do fundo do meu coração que
a Senhora continue tendo esse espírito de Esperança, de que as coisas podem
melhorar – e vão melhorar se continuarmos trabalhando dessa forma, com esse
sentimento, com dedicação, podemos combater esse sistema que visa apenas o
benefício de poucos em detrimento da grande maioria a que chamamos de POVO.
Despeço-me da Senhora com uma frase
de um personagem histórico que me identifico muito.
"Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que
o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos
ser, mas Graças a Deus, não somos o que éramos." Martin Luther King
Enviado por Fabrício Medeiros
Postado por Ionára Carraro Letras 4º P.
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