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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Falece escritor importante do Rio de Janeiro..

O escritor e cartunista Millôr Fernandes morreu nesta terça-feira aos 88 anos. Ele sofreu um acidente vascular cerebral em sua casa, na Zona Sul do Rio, na última madrugada.
Escritor, jornalista, desenhista, dramaturgo e artista autodidata, Millôr começou a colaborar com a revista “O Cruzeiro” aos 14 anos, conciliando as tarefas de tradutor, jornalista e autor de teatro. No final dos anos 1960, tornou-se um dos fundadores do jornal “O Pasquim”, reconhecido por seu papel de oposição ao regime militar.
Escreveu nos anos seguintes diversos tipos de peças e se tornou o principal tradutor das obras de William Shakespeare no país.


 Um pouco sobre sua biografia:

"Millôr Fernandes nasceu. Todo o seu aprendizado, desde a mais remota infância. Só aos 13 anos de idade, partindo de onde estava. E também mais tarde, já homem formado. No jornalismo e nas artes gráficas, especialmente. Sempre, porém, recusou-se, ou como se diz por aí. Contudo, no campo teatral, tanto então quanto agora. Sem a menor sombra de dúvida. Em todos seus livros publicados vê-se a mesma tendência. Nunca, porém diante de reprimidos. De 78 a 89, janeiro a fevereiro. De frente ou de perfil, como percebeu assim que terminou seu curso secundário. Quando o conheceu em Lisboa, o ditador Salazar, o que não significa absolutamente nada. Um dia, depois de um longo programa de televisão, foi exatamente o contrário. Amigos e mesmo pessoas remotamente interessadas - sem temor nenhum. Onde e como, mas talvez, talvez — Millôr, porém, nunca. Isso para não falar em termos públicos. Mas, ao ser premiado, disse logo bem alto - e realmente não falou em vão. Entre todos os tradutores brasileiros. Como ninguém ignora. De resto, sempre, até o Dia a Dia”.
Considerado "um dos poucos escritores universais que possuímos", na opinião do crítico Fausto Cunha, filho de Francisco Fernandes e de Maria Viola Fernandes, Millôr Fernandes nasceu no dia 16 de agosto de 1923 no Méier, subúrbio do Rio de Janeiro, com o nome de Milton Viola Fernandes. Só seria registrado no ano seguinte, tendo como data oficial de nascimento o dia 27 de maio de 1924. Sua certidão de nascimento, grafada à mão, fazia crer que seu nome era Millôr e não Milton. Seu pai, engenheiro emigrante da Espanha, morre em 1925, com apenas 36 anos. A família começa a passar por dificuldades e sua mãe passa horas em frente a uma máquina de costura para poder sustentar os 4 filhos. Apesar do aperto, o autor teve uma infância feliz, ao lado de 10 tios, 42 primos e primas e da avó italiana D. Concetta de Napole Viola.

Estuda na Escola Ennes de Souza, de 1931 a 1935, por ele chamada de Universidade do Meyer, mas que na verdade era uma escola pública. Diz dever tudo o que sabe a sua professora, Isabel Mendes, depois diretora e hoje nome da escola. Se emociona ao falar sobre ela "...uma mulatinha magra e devotada, que me ensinou tudo que se deve aprender de um professor ou de uma escola: a gostar de estudar. Depois disso, pode-se ser autodidata. Escola, a não ser para campos técnicos/experimentais, é praticamente inútil".

A chegada ao Brasil das histórias em quadrinhos, em 1934, faz de Millôr um leitor assíduo dessas publicações, em especial de Flash Gordon, de autoria de Alex Raymond, e, com isso, dar vazão à sua criatividade. Sob a influência de seu tio Antônio Viola, tem seu primeiro trabalho publicado em um órgão da imprensa — "O Jornal", do Rio de Janeiro, tendo recebido o pagamento de 10 mil reis por ele. Era o início do profissionalismo, adotado e defendido para sempre.


Suas Obras:  

LIVROS DO AUTOR:
Prosa:

- "Eva sem costela – Um livro em defesa do homem" (sob o pseudônimo de Adão Júnior) - 1946 - Editora O Cruzeiro.

- "Tempo e contratempo" (sob o pseudônimo de Emmanuel Vão Gogô) - 1949 - Editora O Cruzeiro.

- "Lições de um ignorante" - 1963 - J. Álvaro Editor

- "Fábulas Fabulosas" - 1964 - J. Álvaro Editor. Edição revista e ilustrada – 1973 - Nórdica

- "Esta é a verdadeira história do Paraíso" - 1972 - Livraria Francisco Alves

- "Trinta anos de mim mesmo" - 1972 - Nórdica

- "Livro vermelho dos pensamentos de Millôr" - 1973 – Nórdica. Edição revista e ampliada: Senac – 2.000.

- "Compozissõis imfãtis" - 1975 - Nórdica

- "Livro branco do humor" - 1975 – Nórdica

- "Devora-me ou te decifro" – 1976 – L&PM

- "Millôr no Pasquim" - 1977 – Nórdica

- "Reflexões sem dor" - 1977 - Edibolso.

- "Novas fábulas fabulosas" - 1978 – Nórdica

- "Que país é este?" - 1978 – Nórdica

- "Millôr Fernandes – Literatura comentada". Organização de Maria Célia Paulillo – 1980 Abril Educação

- "Todo homem é minha caça" - 1981 - Nórdica

- "Diário da Nova República" - 1985 – L&PM

- "Eros uma vez" – 1987 – Nórdica – Ilustrações de Nani

- "Diário da Nova República,v. 2" - 1988 – L&PM

- "Diário da Nova República, v. 3" – 1988 – L&PM

- "The cow went to the swamp ou A vaca foi pro brejo" – 1988 - Record

- "Humor nos tempos do Collor" (com L. F. Veríssimo e Jô Soares) – 1992 – L&PM

- "Millôr definitivo - A bíblia do caos" - 1994 – L&PM

- "Amostra bem-humorada" – 1997 – Ediouro – Seleção de textos de Maura Sardinha

- "Tempo e contratempo (2ª edição) – Millôr revisita Vão Gogô" - 1998 - Beca.

- "Crítica da razão impura ou O primado da ignorância – Sobre Brejal dos Guajas, de José Sarney, e Dependência e Desenvolvimento na América Latina, de Fernando Henrique Cardoso" – 2002 – L&PM

- "100 Fábulas Fabulosas" – 2003 – Record

- "Apresentações" – 2004 – Record.
Poesia:

- "Papaverum Millôr" – 1967 – Prelo. Edição revista e ilustrada: 1974 – Nórdica
- "Hai-kais" – 1968 – Senzala
- "Poemas" – 1984 – L&PM

Artes visuais:

- "Desenhos" – 1981 – Raízes Artes Gráficas. Prefácio de Pietro Maria Bardi e apresentação de Antônio Houaiss.

PEÇAS DE TEATRO:

Publicadas em livros:

- "Teatro de Millôr Fernandes (inclui Uma mulher em três atos [1953], Do tamanho de um defunto [1955], Bonito como um deus [1955] e A gaivota [1959])" – 1957 –Civilização Brasileira

- "Um elefante no caos ou Jornal do Brasil ou, sobretudo, Por que me ufano do meu país" – 1962 – Editora do Autor

- "Pigmaleoa" – 1965 – Brasiliense

- "Computa, computador, computa" – 1972 – Nórdica

- "É..." – 1977 – L&PM

- "A história é uma istória" – 1978 – L&PM

- "O homem do princípio ao fim" – 1982 – L&PM

- "Os órfãos de Jânio" – 1979 – L&PM

- "Duas tábuas e uma paixão" – 1982 – L&PM (nunca encenada)

Não editadas:

- "Diálogo da mais perfeita compreensão conjugal" - 1955

- "Pif, tac, zig, pong"– 1962

- "A viúva imortal" – 1967

- "A eterna luta entre o homem e a mulher" – 1982

- "Kaos" – 1995 (leitura pública em 2001 – nunca encenada)

ESPETÁCULOS MUSICAIS:


- "Pif-Paf – Edição extra!" – 1952 (com músicas de Ary Barroso)

- "Esse mundo é meu" – 1965 (em parceria com Sérgio Ricardo)

- "Liberdade liberdade" – 1965 (em parceria com Flávio Rangel)

- "Memórias de um sargento de milícias" - 1966 (com músicas de Marco Antonio e Nelson Lins e Barros)

- Momento 68 – 1968

- Mulher, esse super-homem – 1969

- Bons tempos, hein?! – 1979 (publicada pela L&PM - 1979 - Porto Alegre)

- Vidigal: Memórias de um sargento de milícias – 1982 (com músicas de Carlos Lyra)

- De repente – 1984

- O MPB-4 e o Dr. Çobral vão em busca do mal – 1984

- Brasil! Outros 500 – Uma PopÓpera (com músicas de Toquinho e Paulo César Pinheiro)

TRADUÇÕES:


Romances:

- A estirpe do dragão (Dragon seed), de Pearl S. Buck - 1942 - José Olympio Editora - Rio de Janeiro.

- Nunca saí de casa (I never left home), de Bob Hope - 1945 - O Cruzeiro - Rio de Janeiro.

Textos teatrais:

1958 – "A fábula de Brooklin – Gente como nós", de Irwin Shaw.

1960 - "O prodígio do mundo Ocidental", de John M. Synge.

1961 - "Megera domada", de W. Shakespeare.

1961 – "O velho ciumento", de Miguel de Cervantes.

1963 – "Mary, Mary", de Jean Kerr.

1963 – "Pigmaleão", de G. Bernard Shaw.

1963 – "As preciosas ridículas", de Molière.

1965 - "Pequenos assassinatos", de Jules Feiffer.

1965 – "A mulher de todos nós", de Henri Becque.

1965 - "Escola de mulheres", de Molière.

1967 - "Lisistrata", de Aristófanes.

1967 – "Negra meobem", de François Campaux.

1967 – "O assassinato da irmã Geórgia", de Frank Marcus.

1967 - "Marat Sade", de Peter Weiss.

1967 - "A volta ao lar", de Harold Pinter.

1967 - "Blecaute", de Frederic Knott.

1968 - "A cozinha", de Arnold Wesker.

1970 – "Rapazes da banda", de Mart Crowley.

1971 - "As eruditas", de Molière.

1972 - "Antigamente", de Harold Pinter.

1974 - "Antígona", de Sófocles.

1975 - "Os filhos de Kennedy", de Robert Patrick.

1976 - "Senhor Puntila e seu criado Matti", de Bertold Brechet.

1976 – "Vivaldino, servidor de dois amos", de Carlo Goldoni.

1977 - "A calça", de Carl Sternheim.

1978 - "Quem tem medo de Virginia Wolf?", de Edward Albee.

1979 - "Afinal, uma mulher de negócios – Liberdade em Bremen", de R. W. Fassbinder.

1979 - "Palhaços de ouro", de Neil Simon.

1980 – "O rei Lear", de W. Shakespeare.

1980 - "De quem é a vida, afinal?", de Brian Clark.

1980 - "Gata em telhado de zinco quente", de Tennessee Williams.

1980 - "A carta", de Somerset Maugham.

1980 - "Ó, Calcutá!", de Kenneth Tynan.

1981 - "As lágrimas amargas de Petra von Kant", de R. W. Fassbinder.

1981 – Bunny’s Bar, de Josiane Balasko.

1981 - "As alegres matronas de Windsor", de W. Shakespeare.

1981 - "A senhorita de Tacna", de Mario Vargas Llosa.

1982 - "Chorus line", de de Michael Bennet.

1982 – "Casamento branco", de Tadeusz Rozewicz.

1982 – "Hedda Gabler", de Henrik Ibsen.

1982 - "A viúva alegre", de Franz Lehar.

1983 - "A falecida senhora sua mãe", de George Feydeau.

1983 - "Piaf", de Pam Gems.

1983 - "O jardim das cerejeiras", de Anton Tchekov.

1983 - "Boa noite, mãe", de Marsha Norman.

1984 - "Grande e pequeno", de Botho Strauss.

1984 - "Pô, Romeu!", de Efraim Kishon.

1984 - "Hamlet", de W. Shakespeare.

1984 - "Tio Vânia", de Anton Tchekov.

1984 – "Dédalo e Ícaro", de Dario Fo.

1984 – "O sacrifício de Isaac", de Dário Fo.

1984 – "A tigresa", de Dário Fó.

1984 – "Gilda, um projeto de vida", de Noel Coward.

1984 - "Madame Vidal", de Georges Feydeau.

1985 - "Fedra", de Jean Racine.

1985 - "O feitichista", de Michel Tournier.

1985 - "Imaculada", de Franco Scaglia.

1985 - "Sábado, domingo e segunda", de Edoardo de Filippo.

1985 - "Assim é, se lhe parece", de Luigi Pirandello.

1986 - "Quarteto", de Heiner Müller.

1986 – "Quatro vezes Beckett", de Samuel Beckett.

1986 – "Ensina-me a viver", de Collin Higgins.

1987 - "O preço", de Arthur Miller.

1987 - "Filumena Marturano", de Edoardo de Filippo.

1987 - "Vestir os nus", de Pirandello.

1988 - "Encontrarse", de Pirandello.

1987 – "La mamma ou O belo Antônio", de Vitaliano Francatti.

1994 - "Don Juan, o convidado de pedra", de Molière.

1996 - "Anna Magnani", de Armand Meffre.

1996 – "Paloma", de Jean Anouilh.

1996 – "Master class", de Terence McNally.

1999 - "Últimas luas", de Furio Bordon.

2001 – "Fim de jogo", de S. Beckett.
Traduções para o teatro publicadas:

- "A megera domada", de W.Shakespeare - 1965 - Letras e Artes

- "Sr. Puntila e seu criado Matti", de B.Brecht - 1966 - Civilização.Brasileira

- "O prodígio do mundo ocidental", de John M. Synge - 1968 – Braziliense

- "Escola de mulheres", de Molière - 1973 – Nórdica

- "Os filhos de Kennedy", de R. Patrick - 1975 – Nórdica

- "A volta ao lar", de Harold Pinter – 1976 – Abril Cultural

- "Lisistrata", de Aristófanes – 1977 – Abril Cultural

- "O rei Lear", de W. Shakespeare – 1981 – L&PM

- "A senhorita de Tacha", de Mário Vargas Llosa – 1981 – Francisco Alves

- "Afinal, uma mulher de negócios – Liberdade em Bremen", de R. W. Fassbinder – 1983 – L&PM

- "As lágrimas amargas de Petra von Kant", de R. W. Fassbinder – 1983 – L&PM

- "Hamlet", de W. Shakespeare – 1984 – L&PM

- "Fedra", de J. Racine – 1985 – L&PM

- "Don Juan, o convidado de pedra", de Molière – 1994 – L&PM

- "As alegres matronas de Windsor", de W. Shakespeare – 1995 – L&PM

- "Antígona", de Sófocles – 1996 – Paz e Terra

- "As eruditas", de Molière – 2003 – L&PM.

FÁBULA
:

- "A ovelha negra e outras fábulas", de Augusto Monterroso – 1983 – Record, ilustrações de Jaguar.

HUMOR
:

- "A completa lei de Murphy", de Arthur Bloch – 1996 – Record – ilustrações de Jaguar.

EXPOSIÇÕES
:

1957 - Exposição no Museu de Arte Moderna - Rio.
1961 - Exposição na Petite Galerie - Rio.
1975 - Exposição de desenhos na Galeria Grafitti - Rio.
1977 - Exposição "Visão da Terra" no Museu de Arte Moderna - Rio.

MULTIMÍDIA
:

2000 - "Em Busca da Imperfeição" - CD-Rom - Neder & Associados / Oficina / Universo Online (UOL).

ROTEIROS PARA O CINEMA
:

Individuais:

1952 – "Modelo 19". Lançado como “O amanhã será melhor”, também conhecido como “Uma ponte de esperança”. Direção de Armando Couto.

1960 – "Amor para três". Direção de Carlos Augusto Christensen.

1960 – "Ladrão em noite de chuva". Direção de Armando Couto.

1962 – "Esse Rio que eu amo". Direção de Carlos Augusto Christensen.

1965 – "Crônica da cidade amada". Direção de Carlos Augusto Christensen.

1967 – "O menino e o vento". Direção de Carlos Augusto Christensen.

1995 – "Últimos diálogos". Ainda não filmado (2004).

Em parceria:

1995 - "O judeu". Com Geraldo Carneiro e Gilvan Pereira. Direção de Jom Tob Azulay.

1998 - "Matria”. Com Geraldo Carneiro e Jom Tob Azulay (Ainda não filmado – 2004).

Colaboração:

1995 – "Terra estrangeira". Direção de Walter Salles e Daniela Thomas (diálogos adicionais).

ADAPTAÇÃO PARA A TELEVISÃO
:

- "Memórias de um sargento de milícias". Baseado no musical “Vidigal”. Direção de Mauro Mendonça Filho, Rede Globo de Televisão – 1995.

INTERNET
:

2000 – Millôr Online (http://www.millor.com.br).

ILUSTRAÇÕES
:

- "Maurício, o leão de menino", de Flávia Mari. São Paulo - 1981 – Summus.

- "Sapomorfose ou O príncipe que coaxava", de Cora Rónai. Rio de Janeiro – 1983 – Salamandra.

- "O caderno rosa de Lori Lamby", de Hilda Hilst. São Paulo – 1990 – Massao Ohno.

- "O menino, de João Uchoa Cavalcanti Netto". Rio de Janeiro – 2003 – Editora Rio.

COMPOSIÇÃO MUSICAL
:

1966 – "O homem". Apresentada por Nara Leão no II Festival de Música Brasileira, da TV Record de São Paulo.

-Bruno Fernando Monteiro de Barros. 4º PERÍODO DE LITERATURAS 

Um comentário:

  1. Oi, Bruno. Infelizmente, nós do Curso de Literaturas e todos os brasileiros, acredito sinceramente, perdemos um grande escritor.
    Parabéns pela postagem. Pontual, de utilidade pública.
    Att. Erivelto Reis

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