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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Patativa do Assaré

 


Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré nasceu no dia 05 de Março de 1.909, em Assaré, no Ceará. Sua  vida na infância foi marcada por momentos difíceis. Nasceu numa família de agricultores pobres e perdeu a visão de um olho. O pai morreu quando tinha oito anos de idade. A partir deste momento começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família.
Foi estudar numa escola local com doze anos de idade, porém ficou poucos meses nos bancos escolares. Nesta época, começou a escrever seus próprios versos e pequenos textos. Quando tinha doze anos, percebe que seu mestre, embora extremamente generoso e dedicado, era precariamente letrado e não sabia ensinar pontuação. É dessa forma que aprende a ler sem ponto e sem vírgula.
“Não tenho sabença,
pois nunca estudei,
apenas eu sei
o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho,
vivia sem cobre
e o fio do pobre
não pode estudá”
Patativa do assaré
Ganhou da mãe uma pequena viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz, passou a escrever e cantar repentes e se apresentar em pequenas festas da cidade.
No ano de 1956, escreveu seu primeiro livro de poesias “Inspiração Nordestina”. Com muita criatividade, retratou aspectos culturais importantes do homem simples do Nordeste. Após este livro, escreveu outros que também fizeram muito sucesso. Ganhou vários prêmios e títulos por suas obras.
Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se considerou um cordelista.
·       Poemas mais conhecidos:

· A Triste Partida
· Cante Lá que eu Canto Cá
· Coisas do 
Rio de Janeiro
· Meu Protesto
· Mote/Glosas
· Peixe
· O Poeta da Roça
· Apelo dum Agricultor
· Se Existe Inferno
· Vaca estrela e Boi Fubá
· Você e Lembra?
· Vou Vorá 
· A morte de Nanã

  • Livros de Poesia: 
- Inspiração Nordestina: Cantos do Patativa(1.967);
- Cante lá que eu canto cá(1.978);
- Ispinho e Fulô(1.988) (2.005);
- Balceiro Patativa e outros poetas de Assaré(org. com Geraldo Gonçalves de alencar) (1.991);
- Cordéis(caixa com treze folhas) (1.994);
- Aqui tem coisa(1.994) (2.004);
- Biblioteca de cordel: Patativa de Assaré(Org. Sylvie Debs) (2.000);
- Digo e não peço segredo(Org. Guirlanda de Castro e Danielli de Bernardi) (2.001)
- Balceiro 2. Patativa e outros portas de Assaré(Org. Geraldo Gonçalves de Alencar) (2.001);
- Ao pé da mesa(coautoria com Geraldo Gonçalves de Alencar) (2.001);
- Antologia poética(Org. Gilmar de Carvalho) (2.002)
- Cordéis e outros poemas(Org. Gilmar de Carvalho) (2.008)

A Morte de Nanã


é muito profundo é como se ele tivesse trancedido e falado por tudo que estava ao seu redor e por tudo que sentia como poeta e ser humano. E a forma como declama já emociona é como se chorasse o poema nos levando a reflexão e a também nos colocarmos lá quando nanã enquanto nanã partia. Muito bom!

Eis um poema se Patativa do Assaré: O Burro. Patativa faleceu no dia 08 de Julho de 2.002,  na cidade de lhe emprestava o nome. 

O burro

Vai ele a trote, pelo chão da serra, 

Com a vista espantada e penetrante, 

E ninguém nota em seu marchar volante, 
A estupidez que este animal encerra. 



Muitas vezes, manhoso, ele se emperra, 

Sem dar uma passada para diante, 
Outras vezes, pinota, revoltante, 
E sacode o seu dono sobre a terra. 



Mas contudo! Este bruto sem noção, 

Que é capaz de fazer uma traição, 
A quem quer que lhe venha na defesa, 



É mais manso e tem mais inteligência 

Do que o sábio que trata de ciência 
E não crê no Senhor da Natureza.

Patativa faleceu no dia 08 de Julho de 2.002,  na cidade de lhe emprestava o nome. 


Acho legal que, mesmo semianalfabeto, cego e humilde ele não deixa nada a dever aos maiores do mundo. Se Portugal tem Camões, se a Inglaterra tem Shakespeare, nós brasileiros temos Patativa do Assaré. Pena que não viveremos para ver, mas em alguns séculos, quando o preconceito que está enraizado em parte da sociedade brasileira for banido, Patativa estará nos livros das escolas e sua obra será referência para o mundo. Ouvi-lo sempre nos inspirará, patativa representa uma quebra de padrões e que não é preciso se moldar ao sistema para que seja aceito. 


Fico orgulhosos, em postar neste blog, um pouco de um brasileiro que amou a sua terra, a sua gente, através de seu dom: a escrita. Postado por Adeilson S. da Cruz, 3º Período de Letras/ Literaturas.

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