JOGOS ELETRÔNICOS: BRIQUEDOS OU ALIENAÇÃO?
Crianças já nascem sentindo tudo que está a sua volta. O meio em que vivem proporciona para elas cada vez mais um universo inteiramente lúdico. É tudo muito sensorial.
Um dia acontece a descoberta dos brinquedos eletrônicos que trazem o fascínio e prazer que só esses brinquedos conseguem proporcionar. Com muita habilidade, manuseiam e dedicam concentração tamanha que, imperceptivelmente, passam horas brincando. É nessa hora que devem entrar em cena os personagens mais importantes: “os pais”.
A orientação e a conversa são as principais armas para combater o exagerado vício dos games. Vício que se cria quando a família está ausente. Criar horários para elas brincarem. Manter sempre o computador a vista. Não deixar o computador à vontade, porque são capazes de manusear bem qualquer tipo de ferramenta tecnológica.
Estimular outras brincadeiras, com segurança e com criatividade. Criar novas ideias para que não fiquem somente ligadas a games que as deixam eufóricas. Preparar as crianças para lidar com esse universo tão fascinante é importante. Brincar sempre. Exagerar nunca. Envolver as crianças em atividades de interação real com adultos e outras crianças dá a elas a oportunidade de experimentar emoções que são idênticas às proporcionadas pelos vídeos games.
Crianças podem interagir com os pais e trazer muitas mudanças em seus relacionamentos. Sabemos que a internet sendo mal utilizada, pode causar experiências não muito boas. Ter atenção é preciso para que isso não aconteça. Interagir pais e filhos para brincadeiras sadias, ainda é a máxima de uma vida saudável de uma família unida. Quando as crianças se negam a falar com os pais é porque elas estão falando outra linguagem que não é mais a da criança. A linguagem das crianças, linguagem do vídeo game e do celular, é completamente diferente da linguagem dos pais: “os filhos da televisão”.
Os computadores no cotidiano das crianças proporcionam uma nova forma de sociabilidade. Os jogos em rede levam-nas a se relacionar com centenas e milhares de pessoas de diversas partes do mundo. Relacionam-se com muito mais gente, só que virtualmente. Além da interação virtual, os jogos se tornam fator de identificação no mundo social.
O hábito de jogar vídeo games precisa ser limitado, por trazer sintomas com alguns efeitos que podem ser prejudiciais à saúde, mas como não é possível vencê-las, resta juntar-se a elas e tornar os games um aliado no crescimento delas e não transformar os games em vilão de uma geração. Até uma hora de jogo é estimulante, depois, pode ser prejudicial, além de causar danos físicos: como postura, olhos ressecados e dor de cabeça. Cinco ou mais horas podem causar também obesidade infantil. E há o perigo semelhante aos efeitos causados pelas drogas, é muito comum aparecerem doenças relacionadas ao mau humor, insônia, taquicardia, por estar à disposição diante do computador durante muito tempo, por isso, a ansiedade precisa ser dosada.
Para que todas as potencialidades dos games possam ser trabalhadas e benéficas, é preciso orientação, intercalada com outras atividades lúdicas e educativas, o suficiente para estimular a aprendizagem, motivação e atenção dos jovens jogadores, que precisam, sobretudo, da família para guia-los nessa aventura, ou eles podem se perder para sempre nas interfaces digitais e virtuais. É preciso saber a hora de dizer: “game over!”.
Paulo Roberto de Ataíde é poeta, colunista do Caderno A do Jornal Atual, caderno de Cultura. Cursa o 4º período do Curso De Letras, com habilitação em Português/Literaturas, na Fundação Educacional Unificada Campograndense/ Faculdades Integradas Campo-grandenses. FEUC/FIC.
Este artigo foi publicado no Jornal Atual. Ele faz parte de uma pesquisa sobre os jogos eletronicos, que tanto fascina a criança.
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