Hoje, dia 28 de março de 2012, estamos
comemorando o Dia do Revisor
e Diagramador.
Eles são pouco conhecidos pelo público em geral, mas são de extrema importância em nosso dia a
dia, atribulado em tantas informações.
São
eles que deixam tudo ajeitado nos jornais, para que a nossa compreensão das
notícias seja a melhor possível. É o diagramador
que deixa a matéria de um modo bom e adequado para a pessoa ler. O revisor
não deixa escapar nenhum erro ortográfico ou gramatical. Isso pode ser levado
da mesma forma para os livros.
Ele apontava que o erro ou a falha se
escondiam durante o processo de confecção do livro. Depois de tudo já
produzido, o erro aparece na primeira página aberta, como um “saci”, pulando e
debochando do revisor.
No
caso do Diagramador,
o ato de diagramar se diz respeito ao fato de distribuir os elementos gráficos
no espaço limitado de uma certa página impressa ou outros meios, como a
internet.
Em uma editora, por exemplo, o
diagramado é aquele que calcula a quantidade de textos, ilustrações, fotos e
número de páginas. Ele também será responsável pela escolha do tipo de letra
que será utilizado.
Hoje em dia muitos programas auxiliam
seu trabalho, como o Adobe Pagamaker, Photoshop, CorelDraw, entre outros.
Aqui fica nosso parabéns para estes profissionais!
Primeiro poema publicado
por Machado de Assis aos 16 anos de idade.
Em 12 de janeiro de 1855.
ELA
Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor
Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!
Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.
Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um -sim-
P’ra alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”
ASSIS, Machado de, 1839 – 1908
Em 12 de janeiro de 1855.
ELA
Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor
Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!
Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.
Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um -sim-
P’ra alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”
ASSIS, Machado de, 1839 – 1908
Aproveito
para homenagear o Professor Erivelto Reis que tem revisado nossos textos com
muita dedicação e respeito, e que além de professor, é um sensível e inspirador
escritor.
QUENTINHA
DE SORVETE
Erivelto Reis
Meu coração parece uma quentinha de sorvete: se derrete por qualquer ato de calor humano. A generosidade me alegra. O respeito me inspira. O amor me enleva. O carinho me emociona. Gente educada me fascina. Amizades sinceras me motivam. Quem sabe se comunicar me encanta. A beleza da bondade, da delicadeza e da arte se entranha nas almas como um “perfume esquizofrênico”, indefinido, mas reconheço seu cheiro por onde quer que eu passe.
Gosto de saber que há palavras ditas em horas precisas e inesquecíveis. Um “bom dia”, um “por favor,”, um “obrigado”, um “eu te amo”, um “até logo”... desde que seja sincero. É só o que espero. Gosto de acreditar que há um jeito de tocar, de segurar na mão, que parece dizer que a ventania vai passar. Gosto de saber que meu amor me ama até com o olhar. Me derreto mesmo. Me derreto muito. Me derreto todo.
É certo que, pra muita gente, a vida tem sido madrasta, tem sabor amargo, tem sido trágica, hemorrágica. Sei que há dificuldade, tristeza, dissabor, desigualdade. Que a vingança é um prato vazio que se come cru e frio. Afirmar não posso, mas desconfio que há um treino, um ensaio. Um olhar de soslaio pras coisas boas da vida enquanto ainda não estão escolhidas, embaladas e nos são enviadas. O mais é conversa, peripécia, peça de oratória que confunde tanto, que confunde mesmo, que confunde muito.
Assim, há quem diga que a lágrima é dor construída, líquida, vária, crônica e esporádica, por quem pena por ter pena de pensar em dó. A lágrima é a foz do rio de quem vive só. É ansiedade repartida e refletida no peso de quem fica com a tonelada, quem leva pisada, carrinho e falta no jogo da vida. Saber disso me faz chorar mesmo, chorar muito... chorar tanto.
As conquistas, as emoções positivas, vividas ou testemunhadas, também fazem do meu coração uma quentinha de sorvete. Mas não é só comigo. Outras pessoas talvez entendam o que eu digo. O coração de um pai que conduz a única filha ao casamento, num sagrado altar, e que, depois de receber um agradecimento em uma pista de dança, começa a chorar, é uma quentinha de sorvete. O coração de uma mãe assistindo os seus filhos que jogam futebol num campinho improvisado, na lateral de casa, ou que busca a filha, linda e talentosa, na Universidade, é uma quentinha de sorvete. Consideração, lembrança no aniversário, homenagem, presente desinteressado, aplauso, poemas descobertos ao acaso e memorizados, são quentinhas de sorvete. Me emocionam muito, emocionam tanto, emocionam mesmo.
Queria que mais emoção, valor e consideração fizessem com que os corações das pessoas transbordassem de felicidade. Fossem componentes de belas histórias. Queria que cada ruga, linha de expressão, cabelo branco ou olheira fossem índices de vitórias. Epígrafes de glórias. Belas trajetórias. Queria isso para muitas vidas, para a minha vida toda. Para a minha vida mesmo. Queria isso pra você também. Um coração caloroso e feliz: tal qual quentinha de sorvete, pulsando, batendo, sem susto, sem despedida... e as pessoas saboreando a Fraternidade, o Amor e a Esperança: o derretido néctar do napolitano sorvete que adoça a vida.
Erivelto Reis
Meu coração parece uma quentinha de sorvete: se derrete por qualquer ato de calor humano. A generosidade me alegra. O respeito me inspira. O amor me enleva. O carinho me emociona. Gente educada me fascina. Amizades sinceras me motivam. Quem sabe se comunicar me encanta. A beleza da bondade, da delicadeza e da arte se entranha nas almas como um “perfume esquizofrênico”, indefinido, mas reconheço seu cheiro por onde quer que eu passe.
Gosto de saber que há palavras ditas em horas precisas e inesquecíveis. Um “bom dia”, um “por favor,”, um “obrigado”, um “eu te amo”, um “até logo”... desde que seja sincero. É só o que espero. Gosto de acreditar que há um jeito de tocar, de segurar na mão, que parece dizer que a ventania vai passar. Gosto de saber que meu amor me ama até com o olhar. Me derreto mesmo. Me derreto muito. Me derreto todo.
É certo que, pra muita gente, a vida tem sido madrasta, tem sabor amargo, tem sido trágica, hemorrágica. Sei que há dificuldade, tristeza, dissabor, desigualdade. Que a vingança é um prato vazio que se come cru e frio. Afirmar não posso, mas desconfio que há um treino, um ensaio. Um olhar de soslaio pras coisas boas da vida enquanto ainda não estão escolhidas, embaladas e nos são enviadas. O mais é conversa, peripécia, peça de oratória que confunde tanto, que confunde mesmo, que confunde muito.
Assim, há quem diga que a lágrima é dor construída, líquida, vária, crônica e esporádica, por quem pena por ter pena de pensar em dó. A lágrima é a foz do rio de quem vive só. É ansiedade repartida e refletida no peso de quem fica com a tonelada, quem leva pisada, carrinho e falta no jogo da vida. Saber disso me faz chorar mesmo, chorar muito... chorar tanto.
As conquistas, as emoções positivas, vividas ou testemunhadas, também fazem do meu coração uma quentinha de sorvete. Mas não é só comigo. Outras pessoas talvez entendam o que eu digo. O coração de um pai que conduz a única filha ao casamento, num sagrado altar, e que, depois de receber um agradecimento em uma pista de dança, começa a chorar, é uma quentinha de sorvete. O coração de uma mãe assistindo os seus filhos que jogam futebol num campinho improvisado, na lateral de casa, ou que busca a filha, linda e talentosa, na Universidade, é uma quentinha de sorvete. Consideração, lembrança no aniversário, homenagem, presente desinteressado, aplauso, poemas descobertos ao acaso e memorizados, são quentinhas de sorvete. Me emocionam muito, emocionam tanto, emocionam mesmo.
Queria que mais emoção, valor e consideração fizessem com que os corações das pessoas transbordassem de felicidade. Fossem componentes de belas histórias. Queria que cada ruga, linha de expressão, cabelo branco ou olheira fossem índices de vitórias. Epígrafes de glórias. Belas trajetórias. Queria isso para muitas vidas, para a minha vida toda. Para a minha vida mesmo. Queria isso pra você também. Um coração caloroso e feliz: tal qual quentinha de sorvete, pulsando, batendo, sem susto, sem despedida... e as pessoas saboreando a Fraternidade, o Amor e a Esperança: o derretido néctar do napolitano sorvete que adoça a vida.
Postado
por Glaucilene Dutra Porto – Terceiro Período de Literaturas
muito boa dica. Heloísa Helena
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