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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Literatura de Cordel

Trazido pelos colonizadores portugueses, o cordel nasceu na Bahia e depois se espalhou pelo Nordeste, onde os repentistas cantavam de improviso, através de rimas, histórias populares ao som de violas. Mas foi só a partir da virada do século XIX que a poesia passou a ser impressa.
“Quando a literatura de cordel chegou ao Brasil, ficou um largo período engatinhado e sem nome. Até a chegada de Gregório de Mattos (1633-1696), que deu a ela o nome de literatura popular. Mas não tinha sentido naquela altura chamar de literatura o que era uma manifestação de comunicação oral. Foi preciso até 1808, quando chegou timidamente a imprensa ao Brasil. E Deus fez o seguinte: mandou o primeiro cordelista, em 1848, quando nasceu Silvino Pirauá, que foi o primeiro poeta, além de violeiro. Ele escreveu os primeiros romances da literatura de cordel’’, relembra Gonçalo Ferreira da Silva, que fundou em 1988, em conjunto com outros cordelistas, a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, no Rio de Janeiro.

Mas coube ao cordelista Leandro Gomes (1865-1918), conhecido como o “Poeta do Povo”, na missão de revolucionar a história do cordel.
“Ele veio depois e ficou mais famoso, porque foi quem criou o primeiro parque gráfico a ponto de produzir a literatura de cordel para abastecer as principais cidades do Nordeste. O Leandro Gomes foi o mais importante, porque somou o poeta ao editor”, opina Gonçalo, autor de mais de 250 obras de cordel e 20 livros sobre o assunto. A contribuição de Leandro Gomes foi tão grande que ele foi aclamado por Drummond de Andrade como “Príncipe dos Poetas” em uma crônica publicada no Jornal do Brasil em 9 de setembro de 1976.
“Leandro foi o grande consolador e animador de seus compatrícios, aos quais servia sonho e sátira, passando em revista acontecimentos fabulosos e cenas do dia a dia, falando-lhes tanto do boi misterioso, filho da vaca feiticeira , que não era outro senão o demo, como do real e presente Antônio Silvino, êmulo de Lampião... Não foi príncipe dos poetas do asfalto, mas foi, no julgamento do povo, rei da poesia do sertão, e do Brasil em estado puro”, escreveu Drummond.
Márcia Vieira – Revista Nossa Língua (Outubro de 2011)

Curiosidades:
·         A literatura de cordel ganhou esse nome pois seus folhetos são, geralmente, pendurados em cordões de barbantes pelas feiras e praças do Nordeste.
·         Atualmente, há 13 cordeltecas espalhadas pelo Brasil. A 13º foi inaugurada no dia 13 de novembro 2011, na Feira de Tradições Nordestinas, conhecida como Feira de São Cristovão, no Rio de Janeiro.
·         Na Academia Brasileira de Literatura de Cordel existem 40 cadeiras, ocupadas por acadêmicos de todo o país, além de um acervo de mais de 13 mil títulos. A sede da entidade fica na Rua Leopoldo Fróes, 37, bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Horário de Funcionamento: Diariamente, das 09h às 18h.

Postado por Maria de Fátima 3º período – Português/Literaturas. Grupo 03

Um comentário:

  1. Excelente pedida, Maria de Fátima. Nossa Bilioteca tem um acervo muito interessante em se tratando de Literatura de Cordel.
    Boa escolha para publicação, continue assim.
    Att. Erivelto Reis

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