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Blog para apresentação de textos e desenvolvimento de práticas relacionadas à produção, manipulação, seleção, gerenciamento e divulgação de trabalhos de confecção de textos dos alunos e alunas do Professor Dr. Erivelto Reis, mediador, orientador e coordenador das atividades desenvolvidas no Blog, que tem um caráter experimental. Esse Blog poderá conter textos em fase de confecção, em produção parcial, em processo de revisão e/ou postados por alunos em fase de adaptação à seleção de conteúdo ou produção de textos literários.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Monteiro Lobato questionado hoje



O que chama muito a atenção nas obras do Monteiro Lobato é a ambiguidade, justamente o que gera esta discussão acerca do racismo ou não do escritor. Especialista em educação infantil veem hoje com reservas alguns dos valores transmitidos pela Literatura infantil de Lobato. Um deles, por exemplo, é o enfoque dado aos personagens negros. Observe este trecho em que Emília fica brava com a negra e serviçal Tia Anastácia:
              “- Cale a boca [...] Você só entende de cebolas   e alhos e vinagres e toicinhos. Está claro que não poderia nunca ter visto fada porque elas não aparecem para gente preta. Eu se fosse Peter Pan, enganava Wendy dizendo que uma fada morre sempre que vê uma negra beiçuda...
            - Mais respeito com os velhos, Emília – advertiu Dona Benta. – Não quero que trate Nastácia desse modo. “Todos aqui sabem que ela é preta só por fora.”
Tia Anastácia, por exemplo, é um poder que representa a presença da cultura e saber popular, um saber mágico, empírico, fruto do conhecimento da vida pelo seu exercício real. 
Se o espaço de Tia Anastácia é a beira do fogão, a marginalidade narrativa do Tio Barnabé, negro velho, concretiza-se no detalhe de sua cabana, localizado nos confins do sítio, um pequeno espaço, doado pela D. Benta, para seu plantio.




Particularmente, não vejo Monteiro Lobato como escritor racista, não pensem assim, por favor, é só alguém relatando, representando a realidade brasileira.
Ao mesmo tempo em que Emília faz pouco caso das histórias que ouve de Tia Anastácia, Pedrinho (neto de Dona Benta) enaltece a cultura popular contada pelos negros:
         “- As negras velhas são sempre muito sabidas. Mamãe conta de uma que era um verdadeiro dicionário de histórias folclóricas, uma de nome Esméria, que foi uma escrava de meu avô. Todas as noites ela sentava-se na varanda e desfiava histórias e mais histórias”
E o menino ainda conclui:
         “- Tia Nastácia é o povo. Tudo o que o povo sabe e vai contando de um para outro, ela deve saber. Estou com o plano de espremer Tia Nastácia para tirar o leite de folclore que há nela”



" Postado por Adeilson S. da Cruz - 3º Período de Letras/ Literaturas, integrante do grupo 3. "









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