Venha ver o pôr do sol

(Lygia Fagundes Telles)

...Durante algum tempo ele ainda ouviu os gritos que se multiplicaram, semelhantes aos de um animal sendo estraçalhado. Depois, os uivos foram ficando mais remotos, abafados como se viessem das profundezas da terra. Assim que atingiu o portão do cemitério, ele lançou ao poente um olhar mortiço. Ficou atento. Nenhum ouvido humano escutaria agora qualquer chamado. Acendeu um cigarro e foi descendo a ladeira. Crianças ao longe brincavam de roda...

Porém Ricardo não havia percebido que as crianças estavam atentas, apesar das brincadeiras, e perceberam que duas pessoas haviam subido a ladeira e entrado juntos no cemitério abandonado, e que por algum motivo àquela mulher “tão arrumada” não voltara.

            Curiosas, foram procurar o porquê de tal fato ter acontecido. Subiram a rua, entraram no cemitério, dividiram-se em duplas e começaram a busca pela mulher.

            Duas das crianças ouviram gritos distantes que causavam arrepios! Pararam, e atentos foram levados ao local onde Raquel estava. Ao chegarem, perceberam que a mulher estava trancada em um mausoléu. Assustados, pediram para que ela se acalmasse, pois eles a ajudaria. Raquel muito agradecida começa a se acalmar até que uma das crianças retorna com o seu pai trazendo algumas ferramentas, salvando então a moça que pôde finalmente ver o pôr do sol...

Enviado por     Arileni do Nascimento Gerheim

                 Daniele Ribeiro Fernandes

                 Patrícia Aparecida Suwwan

Curso: Licenciatura em Letras – Português e Espanhol / Turno : Noite

Postado por Ionára Letras/Literaturas